domingo, 17 de dezembro de 2017


líquens, raízes, musgos
nuvens, pássaros em voo, 
o Sol antes dele vir
e a gente por aqui
essas são as minhas razões

sem pena e sem dó
sozinho com meu violino
escrevo e desafino

sexta-feira, 15 de dezembro de 2017


nesse terreno concreto
nada minha ideia abstrata
em mutação

penso na luz ao amanhecer
que nada pode
enquanto a lua apaga mais uma vez

quem ama não mata. 
mas discute que é uma beleza!

vem noite vem
chega roubando o dia
para clarear tudo de vez

quase



quase azul quase noite
quase adormeço quase esqueço
meu endereço
quase noite quase blues
tudo tem um preço que não me seduz
quase uma brisa quase entorpeço
quase enlouqueço com o o escuro 
que tudo reluz

terça-feira, 12 de dezembro de 2017


acordo e vou até a janela
para ver se o mundo acabou
parece que não

não sei mais de nada
antes não sabia nada
mas antes ninguém sabia

fazendo conta


compro 2 pães , cada um é 50 centavos;  compro também um biscoito que custa  3 reais.
vou pagar e a moça do caixa fala desesperada:
- meu deus, cadê a calculadora?!

livro é




O funcionário do meu prédio é cheio das milongas. Foi ele que me apresentou o seo Lunga.
- como é que vai senhor Mauricio Miele?
- tudo na santa Paz, como só tem que ser!
- assim é o nosso desejo
- "tudo está no seu lugar :Graças a Deus, Graças a Deus!" como já dizia o nosso amigo Uday Veloso.
- Esse é um grande conhecedor da nossa alma.
Lembrei do livro da Bell: Estou viva, deixei as drogas; que fala do Benito, do Sócrates e até do Déio...Quis emprestar o livro pra ele
O adverti: - Leia e me devolva!
- Claro, ele respondeu, livro é como uma ferramenta!
Sabe tudo esse meu amigo

domingo, 3 de dezembro de 2017

berço esplêndido


tomas no rabo
tomas com açúcar
tomas chocolate
tomas ônibus
tomas koch
tomas antônio gonzaga
tomas táxi
tomas no cu
e permaneces em berço esplêndido

à marte
é ir pra uma guerra
com muito prazer

terça-feira, 21 de novembro de 2017

quarta-feira, 15 de novembro de 2017


enquanto lavo louça falo comigo
"...tão ruim ter que ter cuidado com tudo..."
ensaboado um copo voa, mas alcanço-o antes da queda

tudo isso 
não é tudo isso

sim e não
porco e dragão
contramão

cedo, muito cedo
a noite chega
e acaba comigo

brisa


a brisa da manhã me pegou de um jeito. não escuto um latido de cão. finjo que durmo, e durmo. aqui tem, entre dois prédios, num frame, o sol, que eu adivinho. não estou para as notícias. quanto mais difícil um sorriso, mais eu luto. o preto até que cai bem, mas vou de branco, a cor dos inocentes. relógio sempre atrasado, quando não, está adiantado. melhor não escutar, toca uma música, vem lá de dentro, sinto saudade, que é melhor que castigo. ainda falo em poesia com as crianças, que sabem tudo e vão, no massacre coletivo, ficando na ausência. quem é esse? não sei, veio junto comigo.vem o vento, e já, foi. a flor e a borboleta duram uma eternidade. dizem que é encanto, outros magia, mas ficou nisso mesmo.também acho muito forte, rapaz, todo mundo desistiu, não tinham força nos dentes. fazem cama de qualquer lugar, mas é pra gente não dizer nada. meu dente do ciso me deu um alô, mas nunca pintou. um mundo cheio de gente oferecendo maças, e eu nem aí pra essa brisa.

#doisvelhosamigos

- você esqueceu?!
- esqueci.
- como?
- por que eu quis.

sábado, 21 de outubro de 2017


nada a ver
nada a haver
zeroá

uma ponta do Tejo
é mais que mereço
mas menos que desejo

uma paisagem qualquer.


uma paisagem qualquer.
o cimo, o alto, lá em cima trezentos e sessenta graus,
até onde a vista alcança e além, muito além, verde.
morros, montes, vales, campinas,colinas, cerros, quase montanhas.
ranchos, sítios, chácaras, fazendas, quase cidades, cidades.
pássaros, tudo que voa e canta, bem-te-vis e araras, maritacas, papagaios, pintassilgos, sanhaços, saíras, sabiás, quero-quero, passarinhos que eu não sei nominar. uma miríade de pássaros
e flores, das mais vermelhas, de diversos buquês,e arranjos, e de variados tamanhos; e rosas brancas e amarelas,e inclusive azuis e negras. e bordôs. e multi tons violáceos, e alaranjados e rosas rosas.
e frutos e pseudo frutos e frutos verdadeiros, múltiplos e agregados; bananeiras e amoreiras, jaqueiras e cajueiros, e as abelhas a dançar .
fecho os olhos e adeus tudo isso

tirem tudo deles


tirem a cerveja o cigarro a maconha a punheta o futebol a novela
e vejam com o que vocês ficam