domingo, 31 de janeiro de 2016

anos 80 bixiga

naqueles roles pela 13 conhecíamos gente de todo lugar, povo internacional. O Paulo De Tarso Gracia descobriu um caboclo que cantava a Internacional e sempre pedia para ele cantar. esse camarada é o Mauro Basilio de Campos, de quem anos depois tornei-me compadre e na casa de quem morei em Porto Alegre por meses


"as coisas como as coisas são"
não aceito isso


que os setores tradicionais da indústria, que os setores tradicionais de qualquer esfera, sejam apodrecidos.

a não ser pelo fato que ela caminhava sobre a água

sábado, 30 de janeiro de 2016


cuidado comigo

como voa o albatroz?



e voa o albatroz, apesar de, embora, o tudo contra; o peso, o tamanho e tudo o mais (a vida dos fosseis, ao vomito das lulas, o sincronismo com as horas dos relógios, o extremo esforço para bater as asas, e tudo o mais), como voa o albatroz!

...


Enquanto não chega o ponto final, reticências...

Luis Avelima



gente boa, historiador, cantor, poeta.
Falando de mim:
- Bravo, Poeta!

palhaço triste


Boa noite. A confraria dos palhaços tristes lhes diz.

passeio de caminhonete num dia de chuva



Incrível que um simples passeio de na caçamba de uma caminhonete num dia de chuva seja inesquecível

Não fui ao encontro dos ventríloquos. e mais: nunca irei.

atenção em japonês



注意

presentemente
presentemente
presentemente

histórias de secretária;


- qual é o seu nome?
- espera aí que eu vou ver o RG.

histórias de secretaria


- Qual o nome do seu filho?
- sabe que eu esqueci!

histórias de secretaria.


- qual a data de nascimento do seu filho?
-.... vixi, oxi. não. como?
- o dia que ele nasceu?
- ah, isso eu sei!

incompreendido



encontro ao acaso na avenida paulista
- seu sacana! você só escreve bobagens!
sempre fui um incompreendido...

incompreendido



5 convites para acompanhar blocos de carnaval...
sempre fui um incompreendido

malriso



- malriso, é assim que se escreve?

- é, assim mesmo!

incompreendido



uma funcionária me chamava:
- Marisco.
é assim que sempre me percebi, entre dois mundos; o rochedo e o mar.
ah, que sensível e incompreendido sou!

livro não vale nada no bananão



vou chegando na goma e vejo o carroceiro, cheio de marra que não me cumprimenta, na porta do meu edifício com caixas de livros. Não sei de onde ele vinha. Uma senhorita pegava os livros, eu, apesar dele ser cheio de marra, vou pegar alguns.
ele até deixou, pra minha surpresa, pegar os livros. E ainda disse que ia jogar mais ali na frente.
Eu não fui que eu já to sem lugar pra por livro.

menos academia
mais rolê

aqui tem um pedaço de mim


menos técnica
mais tesão

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

vamos



fala-me sobre a vida,sobre teus sonhos de ser feliz,sobre a dignidade dos homens, a seriedade das crianças,o embaraço dos jovens,o rescaldo dos incêndios,a solidão dos animais,o sexo dos velhos,a primeira flor, a engenharia das pontes, a solução de grandes enigmas, tira-me daqui

#conversascomeu



- ei tem alguém aí?
- eu saí, fui dar um descanso pra você.

sábado, 9 de janeiro de 2016

o silêncio



disseram-me:
o silêncio está aí
mas não foi assim.
a folha caindo longe
as árvores todas a esperar
as vacas mugindo
as águas indo fazer a cachoeira
e o vento em todo o lugar
o eco de todos os passos
e todo o mundo que passou por aqui
e a menina que falou da conversa dos peixes
e o Sol, que tanto falou pra mim.
eu ouvi
depois de tudo isso
finalmente
que o silêncio não estava fora
eu tinha que encontrá-lo dentro de mim

de volta ao começo


de volta ao começo
às conversas em volta das fogueiras
os mesmos assuntos
as mesmas ausências
os mesmos fatos, velhos conhecidos
nenhum avanço nenhum consenso
de volta ao começo

chega de nove horas


chega de nove horas
nem mais nem menos medos
meu coração sem segredos

sublimar, sublimar



fugir da dor, lamentar o mal tempo, não pensar nas dívidas, sublimar, sublimar.
esperar inutilmente novos feeds, 32 curtir.
ir à academia, comer um pote de sorvete, cortar o cabelo, cagar dois quilos certos, tomar um gelmax, fazer um genuflexo.esperar um amplexo na paulista, mar de mineiro, poesia, poiesi, dar um rolê na cracolândia, balançar o corpo, ler um livro, roubar um verso.
se eu me reconheço na foto? se eu me reconheço na TV?
se eu entendo o que as maritacas grasnam? se via chover?
o mundo desaba em manifestações, risos e cinismo, eu digo: escolha bem seus inimigos.
os outros, os outros.