terça-feira, 17 de abril de 2018
ao redor de toda gente estamos os dois a girar
estou a te pensar
desenhar nas paredes
e nelas subir
como uma metáfora
do que que está dentro
circulando por aí
enquanto onde me encontro
enquanto onde me encontro
ceifado de minha vida plena
preso, sem ter com quem falar
recordo melhores dias vividos
sem piedade, pressa ou escárnio
nostalgia ou saudade
lamento
enquanto onde me desencontro
perdido de qualquer modéstia
livre de outras memórias, sem lástima
ratifico, melhor chorar de ódio ou raiva
que lamentar a quadra dos amores
perdidos
gemo
enquanto assovio me desagravo
finto, esqueço, abraço, uivo
esquecido nessa cela
por ora, fumo, me esqueço
me encontro, desencontro
espero
mordo os cotovelos, corto os punhos
para ver o sangue verter,
fechos os olhos para melhor ver
três passos em rodopio
longa espera, noite sem estrelas
fugidia esperança que me faz tropeçar
entre duas águas, o mar outra vez
navego
negar até a morte o cansaço
o desagravo de tudo
meu egoísmo, minha bandeira rasgada
meu corpo partido
sem tempo para sonhar
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