sexta-feira, 31 de janeiro de 2020
augusta noir
filmes e discos, fotos antigas
aquele papo canseira
uma proposta de novo teatro revisitando os gregos
nessa merda de rua todo mundo é artista
todo mundo nessa trincheira
cavando, cavando
cavando um lugar
um patrocínio
uma verba
e eu cavando o tédio em precipícios
atravessar o Rubicão
a gente precisa daqueles que se dedicam ao ofício de escrever
para ouvir coisas
frases feitas sempre repetidas
que a gente precisa ouvir
para despertar de um sonho
da rotina de um vidinha
ver onde se coloca os pingos nos is
enxergar os próprios fantasmas
conhecer o que é enfrentar o destino
o medo e o terror
saber o que é atravessar o Rubicão
e mais adiante não poder colocar
entre parenteses
a culpa nos Césares
sábado, 25 de janeiro de 2020
encontros com famosos # criolo
coloquei uma camisa do Vai, fui até a padaria.
Desço a 13 de Maio, porra eu moro na 13 de maio! Vou andando pela rua que nesse domingo de manhã não tem carros. O Criolo, de olhos semicerrados, me saúda:
- Salve!
Acho que alguém enxerga muito bem as coisas por aí
sem pressa
eu nunca mais vou ter pressa
nem presa nem preço
eu nunca mais vou ficar surpreso
querer perder peso ou querer emprego
eu vou ficar aqui
esperando um recomeço
carrinho de batida
carrinho de batida, tentei desviar de todo mundo, mas infelizmente não é assim que os outros entendem
longe do centro das decisões
o brasil é um lugar atrasado... se jogarem uma bomba atômica no mundo ocidental vai levar alguns segundos pra nuvem chegar ao bananão
domingo, 19 de janeiro de 2020
encontro com famosos # Paulo Hesse
Em 1975 eu jogava bola no antigo estacionamento de carros alegóricos do Vai-Vai na rua Santo Antônio.
O terreno baldio com entradas pela Nove de Julho e Santo Antônio era outro lugar de aventuras,
Paulo Hesse, único, esguio, calvo e de bigodes, caminha pela Santo A. Eu o reconheço e o chamo pelo nome, Ele acena timidamente. Sua figura me lembra o Dom Quixote. Onde andará o Paulo Hesse?
sábado, 18 de janeiro de 2020
perdi no livro de poesia
perdi no livro de poesia
o verso que clarificava -
tudo tão fundamental -
duas linhas
tão diversas de me
(noite densa petrificada
estrutura rígida
ossificada
medo de assombrar
ir sem ir, ir)
em que página estará,
em que pagina estará
o verso que dirá
mais de mim?
Assinar:
Postagens (Atom)