a exposição Nise da Silveira no CCBB na praça da Liberdade, foi outra coisa que nos deixou loucos em Belo Horizonte.
Tanto por nossa loucura, manifesta e escondida, como pelo nosso relacionamento com loucos, muito próximos. A exposição é linda, dá o devido valor aos artistas,e resgata o caminho da doutora Nise como uma das mais importantes brasileiras.
O nome da exposição é A Revolução pelo Afeto.
Percorrendo as salas conhecemos as obras, e as pessoas que encarceradas conseguiram construir pontes para o infinito, para o eterno.
As obras me sensibilizaram extremamente; especialmente um artista que nos olhava profundamente, e estendia uma coroa construída em papel, obra de transitoriedade, um homem lindo, que nos olhava através dos milênios, revelando a fragilidade e a impermanência de tudo: da realeza, da beleza, da loucura.
Tem um disco antigo de Olivia Byinton, Corra o risco, eu volto sempre. Ela é acompanhada pela Barca do Sol. Aí lembrei de tudo isso.
Na exposição da Nise um dos artistas é o Carlos Pertuis, que pintou um quadro: a Barca do Sol. Ele é um sapateiro que teve uma visão mística e foi internado num hospício, onde ficou até a morte. Na própria exposição é feito o link com Jacob Boheme, sapateiro, que também teve uma visão mística e teve a sorte de não ser enfiado numa instituição. eu ouvi falar do Jacob pelo Roberto Piva, claro um louco.
agora tudo é silêncio, mistério e contemplação
a barca do sol está para partir
e não há nada que possa me segurar aqui