terça-feira, 27 de setembro de 2022

procuro



por alguns instantes 
na santos imigrantes
o trem sai do túnel
invariavelmente eu procuro 
o céu
ás vezes estrelas
ás vezes o sol
o dia amanhecendo
o céu cinzento
um pedaço de lua
invariavelmente
mais ninguém está procurando

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

o último turno, com Richard Jenkins




Um filme pesado. Arrastado. Lento. Sem grandes acontecimentos.
Esqueça os chavões: não vai haver superação, medalhas de honra, beijos na chegada.
Um filme anti-Hollywood.
Richard Jenkins tem uma grande interpretação.
Um funcionário de fast food passou os últimos trinta e oito anos fritando hambúrgueres no período noturno, e se orgulha disso. Mora num muquifo, é solteiro, amigos não são tão amigos; a família não é sequer uma foto na parede, tem essa vida miserável.
Como última tarefa no trabalho deve treinar um jovem negro em liberdade provisória. Isso está longe de ser o mais importante no filme;
no filme a vida é uma coisa que não dá certo, os humanos erram, os humanos se fodem.
O capitalismo massacra; é um dos maiores filmes americanos antiamericano que eu vi. É o lado reverso do amway.
Aliás eu já fui do turno da noite, mas não foi meu último turno