O Bixiga inteiro deveria ser indicado para destruição. O Bixiga não é mais.O Bairro era.
O quilombo já morreu, a Itália já sumiu. O Vai-Vai pode ser em qualquer lugar. O negócio das cantinas italianas, é um negócio. Ponto final.
Qual o sentido em falar em quilombo da Saracura? Resistência étnica. Cultura popular. Fazer da dor, amor. Dançar para não dançar. Se alguém falar em Bixiga sem falar de negro, meio a meio, dez a dez, não falou nada.História.
Qual o sentido em falar em restauração? Preservar para o futuro saber. Coisas bonitas não podem ser esquecidas. As casas foram desenhadas nas ruas de com o bico do guarda-chuva dos mestres, os capomestri. História.
A história. A história. A história.
Que se construam novos cortiços, novos pardieiros, novos navios negreiros. Que venham novos imigrantes, novos, imigrantes, paraíbas, baianos. Eles sempre serão feios , sujos e malvados. Eles não são como alguém quer que eles sejam.
Que novas forma de convivência surjam.
Que a vida aconteça.
quarta-feira, 31 de julho de 2013
agora eu vou para o alto.
Não tenho o que reclamar da vida
mas eu não tive muito tempo para voar.
Se você pensar no longo tempo
que nós tivemos que ficar longe das nossas verdadeiras coisas
perdendo tempo com as coisas banais do dia a dia
você pensaria como eu
e voaria bem alto para o céu.
as crianças é que sabem das coisas:
os fatos não são nada perto dos sentimentos
do jeito que eu penso - ninguém pode voar sozinho -
é preciso que você venha comigo
venha comigo
não há promessa de nada
só a promessa de vida.
A Bela Vista não é para os fracos # 33
leio na Gazzetta d'Italia que o Mirimi morreu. Ele era o relojoeiro da Bela Vista, quer dizer o dono da relojoaria, quem consertava era o Tião. A bateria do relógio que eu trocava ali durava pouco, mas a conversa era de meia hora.
Nessa relojoaria trabalhava o Toninho Babão, que eu chamava de GluGlu. O Babão, se você falava: "ferro no Palestra", ele corria atrás.O GluGlu não flava, ele emitia um som. O Gluglu morreu há uns dez anos.
Eu fico triste.
Leio também que um número grande de casas do Bixiga, talvez uma centena, será desapropriada para construção de casas populares. Demole um pardieiro e constrói outro. Nada será como antes. Eu que inventei o Bixiga.
Nessa relojoaria trabalhava o Toninho Babão, que eu chamava de GluGlu. O Babão, se você falava: "ferro no Palestra", ele corria atrás.O GluGlu não flava, ele emitia um som. O Gluglu morreu há uns dez anos.
Eu fico triste.
Leio também que um número grande de casas do Bixiga, talvez uma centena, será desapropriada para construção de casas populares. Demole um pardieiro e constrói outro. Nada será como antes. Eu que inventei o Bixiga.
ferro na boneca # camisetas
Pina Bausch = Bausch & Lomb
B.B.King = Burger King
Baudelaire = Ballantines
Twila Tharp = Sharp
B.B.King = Burger King
Baudelaire = Ballantines
Twila Tharp = Sharp
Stanley Jordan. Aniversariante do dia # 31/7
aniversário do Stanley Jordan
em 1992 trabalhei numa firma de silk screem, na rua major Diogo. o nome da firma era Depois das duas, porque só começávamos a trabalhar depois das duas da tarde, e duas outras firma do Milton Palumbo haviam falido.
a trilha sonora tinha o Stanley Jordan, tocando com muita invenção essa canção dos Beatles, que fala
em 1992 trabalhei numa firma de silk screem, na rua major Diogo. o nome da firma era Depois das duas, porque só começávamos a trabalhar depois das duas da tarde, e duas outras firma do Milton Palumbo haviam falido.
a trilha sonora tinha o Stanley Jordan, tocando com muita invenção essa canção dos Beatles, que fala
terça-feira, 30 de julho de 2013
o passado
como eu te falei
não era nada disso
você não entendeu
era uma coisa bem distante daquilo que a gente estava falando
- então deixa pra lá, é passado.
não era nada disso
você não entendeu
era uma coisa bem distante daquilo que a gente estava falando
- então deixa pra lá, é passado.
segunda-feira, 29 de julho de 2013
domingo, 28 de julho de 2013
14 anos com Maia Miele
diamantes encantados
bem casados
vivendo sempre juntinhos
caminhando vai se fazendo um longo caminho
um pé português outro italiano
um pé português outro italiano
um dia eu faço o gol
um dia eu acabo acertando
um dia eu faço o gol
um dia eu acabo acertando
sexta-feira, 26 de julho de 2013
quantas vezes
quantas vezes eu me pego fazendo figas
quantas vezes eu escuto layla, por que você se escondeu de mim
quantas vezes eu não sei para onde ir
quantas vezes eu estive ao seu lado sem sorrir
quantas vezes perigas você partir
quantas vezes eu tive que te pedir
quantas vezes eu
quantas vezes você não esteve nem aí
quantas vezes aqualung
quantas vezes nada temas nós vamos ficar por aqui
quantas vezes você não estava afins
quantas vezes do ré mi
quantas vezes ai de mim
quantas vezes
quantas vezes sem condições de sair
quantas vezes um porto sem cais
quantas vezes tudo quebrou sem cair
quantas vezes você e eu, fim
quantas vezes eu te perdi
quantas vezes puta que pariu
quantas
quantas vezes eu escuto layla, por que você se escondeu de mim
quantas vezes eu não sei para onde ir
quantas vezes eu estive ao seu lado sem sorrir
quantas vezes perigas você partir
quantas vezes eu tive que te pedir
quantas vezes eu
quantas vezes você não esteve nem aí
quantas vezes aqualung
quantas vezes nada temas nós vamos ficar por aqui
quantas vezes você não estava afins
quantas vezes do ré mi
quantas vezes ai de mim
quantas vezes
quantas vezes sem condições de sair
quantas vezes um porto sem cais
quantas vezes tudo quebrou sem cair
quantas vezes você e eu, fim
quantas vezes eu te perdi
quantas vezes puta que pariu
quantas
para o caso de você não poder mandar notícias
para o caso de você não poder mandar notícias, ou se você não puder dar um grito,
para o caso de você não poder mandar notícias ou se você tiver outro compromisso, ou não entender o que está escrito,
para o caso de você não poder mandar notícias se tudo pode ficar de boa preso em sua garganta, ou se você achar que eu não tenho nada com isso.
para o caso de você não poder mandar notícias, não saber minha posta restante, não saber o meu endereço, não entender o desenho, não saber entender sobre o nosso destino.
para o caso de você não poder mandar notícias, não ter uma criação de pombos -correio, não saber meu número, não saber onde eu flutuo,, que mar eu navego,em que barco eu me afundo, que bar eu me entedio.
para o caso de você não poder mandar notícias, não entender o que é um amor ruim, não saber que o que não mata engorda
para o caso de você não poder mandar notícias,não entender um poema, nem um chavão, nem sequer um assobio.
para o caso de você não poder mandar notícias, preferir um tango à um chorinho
para o caso de você não poder mandar notícias, não, saber como eu desperto, e claro, todo meu desespero, e o meu destempero, e as coisas mais banais que acontecem no meu dia a dia
para o caso de você não poder mandar notícias, eu ainda preciso de um pouco de Sol aos domingos
para o caso de você não poder mandar notícias eu empino pipas tão longe quanto é impossível
para o caso de você não poder notícias, saber o que está me matando, por onde eu ando errando, que vitrine eu passo as tardes sozinho.
para o caso de você não poder mandar notícias, se acha tudo isso muito vulgar, se faz de conta que já esqueceu, se era muito ruim, se você não sabe quantos vaga-lumes eu tenho escondido.
para o caso de você não poder mandar notícias
para o caso de você não poder mandar notícias ou se você tiver outro compromisso, ou não entender o que está escrito,
para o caso de você não poder mandar notícias se tudo pode ficar de boa preso em sua garganta, ou se você achar que eu não tenho nada com isso.
para o caso de você não poder mandar notícias, não saber minha posta restante, não saber o meu endereço, não entender o desenho, não saber entender sobre o nosso destino.
para o caso de você não poder mandar notícias, não ter uma criação de pombos -correio, não saber meu número, não saber onde eu flutuo,, que mar eu navego,em que barco eu me afundo, que bar eu me entedio.
para o caso de você não poder mandar notícias, não entender o que é um amor ruim, não saber que o que não mata engorda
para o caso de você não poder mandar notícias,não entender um poema, nem um chavão, nem sequer um assobio.
para o caso de você não poder mandar notícias, preferir um tango à um chorinho
para o caso de você não poder mandar notícias, não, saber como eu desperto, e claro, todo meu desespero, e o meu destempero, e as coisas mais banais que acontecem no meu dia a dia
para o caso de você não poder mandar notícias, eu ainda preciso de um pouco de Sol aos domingos
para o caso de você não poder mandar notícias eu empino pipas tão longe quanto é impossível
para o caso de você não poder notícias, saber o que está me matando, por onde eu ando errando, que vitrine eu passo as tardes sozinho.
para o caso de você não poder mandar notícias, se acha tudo isso muito vulgar, se faz de conta que já esqueceu, se era muito ruim, se você não sabe quantos vaga-lumes eu tenho escondido.
para o caso de você não poder mandar notícias
assim
assim, eu desconheço o que não é visível
assim eu fico sem graça diante de tanto motivo
assim fica combinado: tira esse vestido
assim, agora tudo ficou mais divertido
assim, faz tempo que a gente não vibrava com isso
assim tu te esqueces o quanto é válido ter o próprio compromisso
assim ora bolas, isso é risível
assim, assim desse jeito fica impossível
assim , oh assim, quem é que sabe disso?
assim, ou não, quem é que pode contar comigo?
assim, yeah, de novo, o meu umbigo
assim , sabe como é, não era pra você ter lido
assim eu quero, assim desse jeito, bem comprido
assim parece que foi ontem, eu, você, a lua, o conhaque e de manhã a gente não lembrava de absolutamente nada do que tinha ocorrido
assim, por favor, absolutamente: não precisa fazer sentido
assim eu fico sem graça diante de tanto motivo
assim fica combinado: tira esse vestido
assim, agora tudo ficou mais divertido
assim, faz tempo que a gente não vibrava com isso
assim tu te esqueces o quanto é válido ter o próprio compromisso
assim ora bolas, isso é risível
assim, assim desse jeito fica impossível
assim , oh assim, quem é que sabe disso?
assim, ou não, quem é que pode contar comigo?
assim, yeah, de novo, o meu umbigo
assim , sabe como é, não era pra você ter lido
assim eu quero, assim desse jeito, bem comprido
assim parece que foi ontem, eu, você, a lua, o conhaque e de manhã a gente não lembrava de absolutamente nada do que tinha ocorrido
assim, por favor, absolutamente: não precisa fazer sentido
Watching people #276, marcus miller, david sanborn, eric clapton
viaduto santa ifigênia, o vento soprando, 28/5
watching people # 248
padaria camões 7h10
" - isso é obsoleto..
- e se ela quiser me encarquerar? Pô vai começar a quermesse e, uma par de mina, ela vai querer eu pagando de mãozinha dada?!
- manda ela pra Dalva, pra ela entrar na Tramontina!
- Cara , ela tem treze anos!
- Essa foi a maior cagada da tua vida!!! pior que aquela treta no posto de gasolina. Você tá fodido!"
watching people # 247
estrada das lágrimas, interior de um celta, 13h21
" - aí quer dizer se ela escrever sapo com cedilha tá certo?!
- Isso! aí ela cresce, se forma, vai procurar um trampo de secretária e vem esse çapo e é ele que vai trabalhar no lugar dela!"
quinta-feira, 25 de julho de 2013
a noite mais fria dos últimos cinquenta anos
essa é a noite mais fria dos últimos 50 anos
nessa cidade sempre fria, cada vez mais fria
sem nada para fazer
a não ser pensar em como ela é fria
nessa madrugada fria,
que as pessoas querem
deixar registrada na memória
como um grande acontecimento,
as pessoas procuram fazer coisas,
grandes coisas,
coisas que possam ficar gravadas na memória
associadas a esse grande evento
- a madrugada mais fria em 50 anos
por isso muitas dessas pessoas
assassinam outras pessoas por nada
passam a noite cheirando cola
dançam nas encruzilhadas
saem para tomar vinho com os amigos
vão comprar pães na padaria com casacos de peles
assistem jogos de futebol que não valem nada
inventam de passar noite no alto de uma colina com uma nova namorada
participam de um quebra-quebra trincando algumas vidraças
roubam um quilo de café na cara de um guarda
comem cinquenta coxinhas numa tacada
bebem cerveja a noite toda em espeluncas
telefonam para pessoas com quem não falam há décadas
chamam a mãe de alguém de geraaaaaaaaaaaaaalllllllllllda
escrevem coisas banais sobre a angústia de querer tornar tudo épico
na ânsia de mostrar que se está vivo
e por isso todos
passam a noite querendo fazer algo que fique na memória
buscam coisas para associar,
deixar registrado na memória algum momento,
qualquer coisa que tenha sido feita
na madrugada mais fria da cidade nos últimos cinquenta anos
nessa cidade sempre fria, cada vez mais fria
sem nada para fazer
a não ser pensar em como ela é fria
nessa madrugada fria,
que as pessoas querem
deixar registrada na memória
como um grande acontecimento,
as pessoas procuram fazer coisas,
grandes coisas,
coisas que possam ficar gravadas na memória
associadas a esse grande evento
- a madrugada mais fria em 50 anos
por isso muitas dessas pessoas
assassinam outras pessoas por nada
passam a noite cheirando cola
dançam nas encruzilhadas
saem para tomar vinho com os amigos
vão comprar pães na padaria com casacos de peles
assistem jogos de futebol que não valem nada
inventam de passar noite no alto de uma colina com uma nova namorada
participam de um quebra-quebra trincando algumas vidraças
roubam um quilo de café na cara de um guarda
comem cinquenta coxinhas numa tacada
bebem cerveja a noite toda em espeluncas
telefonam para pessoas com quem não falam há décadas
chamam a mãe de alguém de geraaaaaaaaaaaaaalllllllllllda
escrevem coisas banais sobre a angústia de querer tornar tudo épico
na ânsia de mostrar que se está vivo
e por isso todos
passam a noite querendo fazer algo que fique na memória
buscam coisas para associar,
deixar registrado na memória algum momento,
qualquer coisa que tenha sido feita
na madrugada mais fria da cidade nos últimos cinquenta anos
watching people #76
"eu não sou íntima de ninguém, nem de mim!"
caixa do supermercado Dia, rua augusta, 18h43 26/7
Finais de livros # 1 ; Martin Eden
"Caiu na escuridão e quando compreendeu, deixou de compreender" final de Martin Eden de Jack London, que viveu tantas aventuras, ou mais, do que as escreveu
Rei Dadá
Um dos meus maiores ídolos no futebol, Dario, um gênio popular. Criado na extinta funabem, sofreu demais na vida. Li uma biografia dele: O palhaço que sabe rir, também sabe chorar, de Carlos Maranhão. muito folclore e muitos gols, promessas cumpridas, alegria garantida: o Rei Dadá.
Candeia, Machado e Lança
Tenho um amigo, ainda o tenho, que escreveu um pequeno tratado sobre arquétipos, através do bando de Lampião. Candeeiro...a Candeia, um símbolo e tanto. Por isso, uma ideia leva a outra, interessante que eu, que vim como Machado, e como as coisas transformam-se, acabou que estou como lança, que já fui também.
quarta-feira, 24 de julho de 2013
zumbilândia people watching # 382
terminal sacomã 6h30:
-Porra Pedro, eu dei um galaxy no aniversário dela!
Sábado eu fui na casa dela, pra gente sair. Aí ela disse: "Eu vou sair com as minhas amigas". Aí eu disse: A gente não tá namorando?! Sabe o que ela fez? Ela simplesmente deu risada da minha cara!
Porra Pedro, o que é que eu faço?
zumbilândia people watching # 381
livraria cultura 16h40
" uma xícara de oléo, dois copos de leite, três ovos, quatro xícaras de farinha de trigo, e agora o segredo: "
zumbilândia people watching # 380
Livraria Cultura 16h30
" - você já parou pra pensar que você nunca vai conseguir ler todos os livros que você quer ler?
- eu não tenho tempo para parar para pensar..."
" - você já parou pra pensar que você nunca vai conseguir ler todos os livros que você quer ler?
- eu não tenho tempo para parar para pensar..."
zumbilândia people watching # 380
Livraria Cultura 16h20
" nenhuma história precisa de 800 páginas para ser contada"
zumbilândia people watching # 378
Livraria Cultura 16h18
" que dia é hoje?
Porra não é dia 23?! Me fudi!"
terça-feira, 23 de julho de 2013
todo o resto é mentira # 43
eu tô indo pra Berlim daqui há quarenta dias e te conheço.
minha vida é um pesadelo.
minha vida é um pesadelo.
Mauricio Miele. Todo o resto é mentira.
capitulo 1
- vamos beber mais
- não tem saída, e... é como eu estava te dizendo: não tem saída.
Eu não estou nenhum pouco satisfeito com isso.
E não tem como voltar. Ou a probabilidade de ter uma volta é muito pequena.
A merda maior é esta: no micro está igual ao macro.
Agora eu te pergunto:
- O que importa, pra mim, o que estará escrito na minha lápide? Porra aqui não existe sequer essa tradição! Foda-se.
- vamos beber.
- Agora se eu fico preocupado, se eu fico com insônia, eu sei o problema é meu. ( Você está ouvindo o sino da igreja? deve ser por causa da merda do papa. Você já leu Alexander Pope?
- " um pouco de cultura é uma coisa perigosa". Ensaio sobre o homem. Todo baixinho é pentelho.
- Eu fico pensando, seriamente, na questão do limite.
- Vamos fumar!
- Olha se alguém me chamar pruma manifestação eu sou capaz de entrar em curto. De mandar a merda. Vão todos se foder, detesto a esperança. Realmente eu estou de saco cheio.
- é o limite, velho, o limite. Mário Peixoto. Morfético ( seria um sonho?) é que não cabe cara, não vai caber aqui...
- Mas é isso que eu estou dizendo, não existe qualquer possibilidade.. parece que essa gente nunca leu um livro.
- Nada como ter 18 anos. Aqui está faltando uma mulher. Vamos beber.
- eu sou um músico frustrado, um escritor frustrado, um sádico frustado, mas eu, realmente, não quero te encher com essas coisas. Detesto quando a conversa descamba.
- A culpa é das mulheres... a linguagem cifrada, ais e uis. E alguns uias também.
Olha a gente já tá velho demais.
Nós não ultrapassamos nada. Aliás eu prefiro deixar as coisas como estão: a incomunicabilidade é a marca. Você não está me enchendo, eu prefiro assim. Eu não quero saber o que você está fazendo, lance de dinheiro, esses papos só rolam aqui em São Paulo. Eu passei um tempo no Maranhão, você sabe, é outro lance, é uma despreocupação. Eu fiquei afastado de clubinho de poetas. Vou te falar uma coisa: lá eu deixei de falar. Não via TV, não ouvia rádio, era só meditação o tempo inteiro e rachando de fuder a Marisa. Mas cansa, e a gente cansou junto.
- Agora eu é que quero beber.
capítulo 2
- Olha: é a Carla e a Malu.
capítulo 3
- eu adoro o frio! o frio deixa as pessoas mais elegantes.
E vamos combinar: o calor não tem a ver com essepê.
eu tô chegando ontem de São Tomé, tantas estrelas... adoro o frio.
Olha essa malha do teu amigo, Zeca, né?! é argentina, né?! eu já morei na Argentina; é cheio de índio lá. E as mulheres ainda naquele onda de cabelão, os homens também, todo mundo cabeludo, e tudo muito trágico, não curto, não curto. A única coisa boa de lá é o frio, o frio aproxima as pessoas.
capítulo 4
- Vai.
- Rrrrrrrrrrrrrrrr.
capítulo 5
- Tua mãe é crioula?
- ...
- É difícil branco ter essa pegada.
capítulo 6
- Escuta uma coisa: a gente já tinha transado antes? Sei lá, nos anos 80 você frequentava a Maria Antônia? é por que eu senti uma coisa, assim, tipo uma vibração, parece que a gente já tinha transado...
capítulo 7
- Olha eu perdi. Perder o passado é uma merda.
capitulo 8
- eu curto mesa branca. acho muito elevado, sabe? bem intelectual, assim como você, cheio de filosofia.
- ...
- você , não vai me dizer que não acredita em Deus!
- eu não acredito em deus.
- era só o que me faltava! se você não acredita em Deus, você acredita em quê?! em alguma merda que algum homem escreveu??
capítulo 9
- sempre que eu venho na feira eu como pastel.
- ...
-eu adoro pastel!
- ...
- pra mim vir na feira e não comer pastel, não é vir na feira!
- ...
- é como um ritual.eu venho na feira e como um pastel. sempre de bauru, que é o que eu gosto mais... você não gosta de pastel?!
capítulo 10
- eu sou supercomunicativa!
- ...
- eu venho na feira e brinco com todo mundo, todo mundo me conhece! sabe, eu sou super alegre!
- ...
- você não é muito alegre, né!?
capítulo 11
- Hoje a noite a gente vai numa manifestação! Vai ser dez, muito louco, adoro!
segunda-feira, 22 de julho de 2013
derrubado um casarão na rua augusta
Foi derrubado esse pardieiro, antro de chinelagem, lugar onde eu me esbordeio.( MAS ISSO É PASSADO)
mas derrubem, derrubem, please. pelo bem das imobiliárias. tudo será, definitivamente, derrubado e sinceramente nada merece ficar de pé.
estudos de física # 27
a medida da incerteza não tem tamanho
mas a probabilidade de que tudo vá pelos ares
é certa
mas a probabilidade de que tudo vá pelos ares
é certa
conversas no planeta zumbi # 23
- vamos beber mais
- não tem saída, e... é como eu estava te dizendo: não tem saída.
Eu não estou nenhum pouco satisfeito com isso.
E não tem como voltar. Ou a probabilidade de ter uma volta é muito pequena.
A merda maior é esta: no micro está igual ao macro.
Agora eu te pergunto:
- O que importa, pra mim, o que estará escrito na minha lápide? Porra aqui não existe sequer essa tradição, também. Foda-se.
- vamos beber.
- Agora se eu fico preocupado, se eu fico com insônia, eu sei o problema é meu. ( Você está ouvindo o sino da igreja? deve ser por causa da merda do papa. Você já leu Alexander Pope?
- " um pouco de cultura é uma coisa perigosa". Ensaio sobre o homem. Todo baixinho é pentelho.
- Eu fico pensando, seriamente, na questão do limite.
- Vamos fumar!
- Olha se alguém me chamar pruma manifestação eu sou capaz de entrar em curto. Realmente eu estou de saco cheio.
- é o limite, velho, o limite. Mário Peixoto. Morfético ( seria um sonho?) é Que não cabe cara, não vai caber aqui...
- Mas é isso que eu estou dizendo, não existe qualquer possibilidade.. parece que essa gente nunca leu um livro.
- Nada como ter 18 anos. Aqui está faltando uma mulher. Vamos beber.
- eu sou um músico frustrado, um escritor frustrado, um sádico frustado, mas eu,realmente, não quero te encher com essas coisas. Detesto quando a conversa descamba.
- A culpa é das mulheres... a linguagem cifrada, ais e uis. E alguns uias também.
Olha a gente já tá velho demais.
Nós não ultrapassamos nada. Aliás eu prefiro deixar as coisas como estão: a incomunicabilidade é a marca. Você não está me enchendo, eu prefiro assim. Eu não quero saber o que você está fazendo, lance de dinheiro, esses papos só rolam aqui em São Paulo. Eu passei um tempo no Maranhão, você sabe, é outro lance, é uma despreocupação. Eu fiquei afastado de clubinho de poetas. Vou te falar uma coisa: lá eu deixei de falar. Não via TV, não ouvia rádio, era só meditação o tempo inteiro e rachando de fuder a Marisa. Mas cansa, e a gente cansou junto.
- Agora eu é que quero beber.
-
- não tem saída, e... é como eu estava te dizendo: não tem saída.
Eu não estou nenhum pouco satisfeito com isso.
E não tem como voltar. Ou a probabilidade de ter uma volta é muito pequena.
A merda maior é esta: no micro está igual ao macro.
Agora eu te pergunto:
- O que importa, pra mim, o que estará escrito na minha lápide? Porra aqui não existe sequer essa tradição, também. Foda-se.
- vamos beber.
- Agora se eu fico preocupado, se eu fico com insônia, eu sei o problema é meu. ( Você está ouvindo o sino da igreja? deve ser por causa da merda do papa. Você já leu Alexander Pope?
- " um pouco de cultura é uma coisa perigosa". Ensaio sobre o homem. Todo baixinho é pentelho.
- Eu fico pensando, seriamente, na questão do limite.
- Vamos fumar!
- Olha se alguém me chamar pruma manifestação eu sou capaz de entrar em curto. Realmente eu estou de saco cheio.
- é o limite, velho, o limite. Mário Peixoto. Morfético ( seria um sonho?) é Que não cabe cara, não vai caber aqui...
- Mas é isso que eu estou dizendo, não existe qualquer possibilidade.. parece que essa gente nunca leu um livro.
- Nada como ter 18 anos. Aqui está faltando uma mulher. Vamos beber.
- eu sou um músico frustrado, um escritor frustrado, um sádico frustado, mas eu,realmente, não quero te encher com essas coisas. Detesto quando a conversa descamba.
- A culpa é das mulheres... a linguagem cifrada, ais e uis. E alguns uias também.
Olha a gente já tá velho demais.
Nós não ultrapassamos nada. Aliás eu prefiro deixar as coisas como estão: a incomunicabilidade é a marca. Você não está me enchendo, eu prefiro assim. Eu não quero saber o que você está fazendo, lance de dinheiro, esses papos só rolam aqui em São Paulo. Eu passei um tempo no Maranhão, você sabe, é outro lance, é uma despreocupação. Eu fiquei afastado de clubinho de poetas. Vou te falar uma coisa: lá eu deixei de falar. Não via TV, não ouvia rádio, era só meditação o tempo inteiro e rachando de fuder a Marisa. Mas cansa, e a gente cansou junto.
- Agora eu é que quero beber.
-
esperanto is my hope # 34
io sono uno uomo veramente simpatico. spiko una language possible understanding to very many people.
no, no es esperanto, my hope is incredible, my heart is big peace and love.
no, no es esperanto, my hope is incredible, my heart is big peace and love.
a cidade é uma grande feira
a cidade é uma grande feira
nela tudo está a venda
encobrindo a visão
daquilo que não somos
nela tudo está a venda
encobrindo a visão
daquilo que não somos
a turba não tem face
a turba não tem face
usa máscara
na rede social as pessoas mais escondem que revelam
usa máscara
na rede social as pessoas mais escondem que revelam
jornais velhos
aprendo no jornal
(um jornal velho)
que sempre tivemos medo
de marte e de jango
fico apreensivo com tudo isso
- os nossos medos não mudam
(um jornal velho)
que sempre tivemos medo
de marte e de jango
fico apreensivo com tudo isso
- os nossos medos não mudam
domingo, 21 de julho de 2013
conversas no planeta zumbi # 345
- eu curto mesa branca. acho muito elevado, sabe? bem intelectual, assim como você, cheio de filosofia.
- ...
- você , não vai me dizer que não acredita em Deus!
- eu não acredito em deus.
- era só o que me faltava! se você não acredita em Deus, você acredita em quê?! em alguma merda que algum homem escreveu??
- ...
- você , não vai me dizer que não acredita em Deus!
- eu não acredito em deus.
- era só o que me faltava! se você não acredita em Deus, você acredita em quê?! em alguma merda que algum homem escreveu??
conversas no planeta zumbi # 346
- eu sou supercomunicativa!
- ...
- eu venho na feira e brinco com todo mundo, todo mundo me conhece! sabe, eu sou super alegre!
- ...
- você não é muito alegre, né!?
- ...
- eu venho na feira e brinco com todo mundo, todo mundo me conhece! sabe, eu sou super alegre!
- ...
- você não é muito alegre, né!?
conversas no planeta zumbi# 347
- sempre que eu venho na feira eu como pastel.
- ...
-eu adoro pastel!
- ...
- pra mim vir na feira e não comer pastel, não é vir na feira!
- ...
- é como um ritual.eu venho na feira e como um pastel. sempre de bauru, que é o que eu gosto mais... você não gosta de pastel?!
- ...
-eu adoro pastel!
- ...
- pra mim vir na feira e não comer pastel, não é vir na feira!
- ...
- é como um ritual.eu venho na feira e como um pastel. sempre de bauru, que é o que eu gosto mais... você não gosta de pastel?!
conversas no planeta zumbi # 348
- eu não sei mexer nesse troço
- pede pra alguma criança te ensinar.
- pede pra alguma criança te ensinar.
sábado, 20 de julho de 2013
conversas no planeta zumbi # 97
- o jogo vai começar.
- que jogo?
- Porra, é a final do campeonato!
- Não tô sabendo...
********************************************
- eu vou sair.
- não adianta. onde quer que você vá nessa cidade vai haver um TV ligada no jogo. e depois vai ter a comemoração... carros buzinando, rojões, gente se divertindo.
- tô fudido.
- que jogo?
- Porra, é a final do campeonato!
- Não tô sabendo...
********************************************
- eu vou sair.
- não adianta. onde quer que você vá nessa cidade vai haver um TV ligada no jogo. e depois vai ter a comemoração... carros buzinando, rojões, gente se divertindo.
- tô fudido.
conversas no planeta zumbi # 117
- eu não sei mais roubar.
- como?
- acho que eu perdi a mão.
- Ué, mas não é só anunciar?
- Não, eu falo em bater carteira.
- Mas ninguém mais bate carteira.
- É eu sei, mas é o que eu gosto de fazer.
- Ah, véio... não vem com essa.
- como?
- acho que eu perdi a mão.
- Ué, mas não é só anunciar?
- Não, eu falo em bater carteira.
- Mas ninguém mais bate carteira.
- É eu sei, mas é o que eu gosto de fazer.
- Ah, véio... não vem com essa.
conversas no planeta zumbi # 13
- eu ri muito ontem com a grande família, sensacional!
- que porra é essa?!
- passa na TV. na globo!
- nunca assisti essa merda.
- você é um alienado
- que porra é essa?!
- passa na TV. na globo!
- nunca assisti essa merda.
- você é um alienado
nós que nos largamos
nós que nos largamos
esgarçamos nossa saudade ao máximo
perdemos a graça
abandona-mo-nos
no fundo do voo cego
não sejamos mais estrangeiros
volta
esgarçamos nossa saudade ao máximo
perdemos a graça
abandona-mo-nos
no fundo do voo cego
não sejamos mais estrangeiros
volta
sexta-feira, 19 de julho de 2013
quem me dera
quem me dera
agora já era
não, não é assim
quem me dera
não ter esse coração de pedra
e eu corria pra você
e devolvia todo o amor que ainda agora espera
ainda, não
quem me dera
a gente não tivesse tido tanta pressa
e tudo não ficasse assim
tão longe a primavera
não é isso, é
quem me dera
virar o jogo
por supuesto
derrubar o abandono
retirar do esquecimento
o que passou
ter de volta
virar do avesso
o que ficou
agora já era
não, não é assim
quem me dera
não ter esse coração de pedra
e eu corria pra você
e devolvia todo o amor que ainda agora espera
ainda, não
quem me dera
a gente não tivesse tido tanta pressa
e tudo não ficasse assim
tão longe a primavera
não é isso, é
quem me dera
virar o jogo
por supuesto
derrubar o abandono
retirar do esquecimento
o que passou
ter de volta
virar do avesso
o que ficou
os desejos são muitos
e os desejos dos outros são muitos
e os meus desejos são outros
e os desejos dos outros são outros
e os meus são ainda muito diversos dos outros
que todos sabem, não são poucos
e os desejos são todos muito diferentes uns dos outros
dificil resolver o desejo que todos temos
de que todos achem um tempo para gozar nossos desejos sem que a gente ache um jeito de gozar com
os desejos dos outros
a vida não cabe no bolso # 168
quando a gente pensa deve perder um número qualquer de calorias
quando a gente ama a gente perde um número ainda maior de pensamentos sem nenhuma serventia
que ilusão pensar que essas ideias são minhas
quando a gente ama a gente perde um número ainda maior de pensamentos sem nenhuma serventia
que ilusão pensar que essas ideias são minhas
um bilhete para Estocolmo # 133
sou favorável a revolução , desde que não seja quebrada nenhuma vidraça.
assinado: a maioria
assinado: a maioria
Conversas no Planetas Zumbi # 34
a natureza não é melhor que a arte
a arte não é melhor que a natureza
o que está no plano da criação?
o que não está no plano da criação?
o que está fora está há um palmo do entendimento
o que está dentro está um palmo dentro do entendimento
fora ou dentro dentro ou fora?
conversas no Planeta Zumbi # 23
- O objetivo é sobreviver a mais esse dia.
- Mas eu não estou nem aí pra esse objetivo,eu não to nem ai pra essa vida
- mas só há essa vida.
- só há essa vida?
- Mas se houver outra vida, e daí?
- E se não houver outra vida? como é que fica?
- Acho que chegamos a um limite...
Um bilhete para Estocolmo # 175
Nenhum governo escuta a voz das ruas.
Governos só escutam barulhos de bombas.
espalhando intimidades
vou cagar
pois cagar faz bem
pois quem caga
caga aquilo que tem
e cagando
é generoso
a outrem
quando se caga
muito além do alívio
e do ato criativo
que ali também contem
espalha-se o húmus
alimenta-se a terra
que finalmente
vai alimentar alguém
pois cagar faz bem
pois quem caga
caga aquilo que tem
e cagando
é generoso
a outrem
quando se caga
muito além do alívio
e do ato criativo
que ali também contem
espalha-se o húmus
alimenta-se a terra
que finalmente
vai alimentar alguém
quinta-feira, 18 de julho de 2013
sem troca não rola nada
sem troca
não rola nada
sem rolo
não há transa alguma
sem transa
não tem porra nenhuma
sem pólen
Deus nos acuda
sem Deus
sem húmus
sem troca
resumindo não troco a vida na Terra por porra nenhuma
não rola nada
sem rolo
não há transa alguma
sem transa
não tem porra nenhuma
sem pólen
Deus nos acuda
sem Deus
sem húmus
sem troca
resumindo não troco a vida na Terra por porra nenhuma
agora eu vou
agora vou misturar-me as multidões
sem eixo e sem nexo
agora vou-me como uma pomba sem rumo
sem casa e sem teto
agora voo
sem bussola e nada concreto
agora já passou eu sei
por isso eu tenho que correr
sem eixo e sem nexo
agora vou-me como uma pomba sem rumo
sem casa e sem teto
agora voo
sem bussola e nada concreto
agora já passou eu sei
por isso eu tenho que correr
a vida na Terra
sem troca
não rola nada
sem rolo
não há transa alguma
sem transa
não tem porra nenhuma
sem pólen
Deus nos acuda
sem Deus
sem húmus
sem troca
resumindo não troco a vida na Terra por porra nenhuma
não rola nada
sem rolo
não há transa alguma
sem transa
não tem porra nenhuma
sem pólen
Deus nos acuda
sem Deus
sem húmus
sem troca
resumindo não troco a vida na Terra por porra nenhuma
congonhas
eu vou para congonhas ver avião subir
não quero atentar pra quem vai descer
eu estou com aqueles que querem ir
não quero atentar pra quem vai descer
eu estou com aqueles que querem ir
reconheço
reconheço
a benção de ter escolhido esse país para ter nascido
reconheço
as vantagens de ter sofrido na infância
reconheço
os medos da adolescência como um suporte contra o assasinato
reconheço
a melancolia como uma blindagem da maturidade atacando a idiotia da felicidade fácil
reconheço
a invenção do passado como uma estratégia pedagógica para minha salvação e saúde
tenho ido para o alto dos prédios
tenho ido para o alto dos prédios
é o que eu posso
não existe nada pior que a esperança
talvez só um maço de flores
que mesmo apodrecendo
ainda faz alguém sorrir
é o que eu posso
não existe nada pior que a esperança
talvez só um maço de flores
que mesmo apodrecendo
ainda faz alguém sorrir
quarta-feira, 17 de julho de 2013
eu perdi o medo do mar
eu perdi o medo do mar
eu encontrei um modo de amar
velas abertas, vento em popa
sem bússola, nem estrelas
sem guias, nem cartas marcadas
nessa onda me deixei levar
eu encontrei um modo de amar
velas abertas, vento em popa
sem bússola, nem estrelas
sem guias, nem cartas marcadas
nessa onda me deixei levar
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