- vamos beber mais
- não tem saída, e... é como eu estava te dizendo: não tem saída.
Eu não estou nenhum pouco satisfeito com isso.
E não tem como voltar. Ou a probabilidade de ter uma volta é muito pequena.
A merda maior é esta: no micro está igual ao macro.
Agora eu te pergunto:
- O que importa, pra mim, o que estará escrito na minha lápide? Porra aqui não existe sequer essa tradição, também. Foda-se.
- vamos beber.
- Agora se eu fico preocupado, se eu fico com insônia, eu sei o problema é meu. ( Você está ouvindo o sino da igreja? deve ser por causa da merda do papa. Você já leu Alexander Pope?
- " um pouco de cultura é uma coisa perigosa". Ensaio sobre o homem. Todo baixinho é pentelho.
- Eu fico pensando, seriamente, na questão do limite.
- Vamos fumar!
- Olha se alguém me chamar pruma manifestação eu sou capaz de entrar em curto. Realmente eu estou de saco cheio.
- é o limite, velho, o limite. Mário Peixoto. Morfético ( seria um sonho?) é Que não cabe cara, não vai caber aqui...
- Mas é isso que eu estou dizendo, não existe qualquer possibilidade.. parece que essa gente nunca leu um livro.
- Nada como ter 18 anos. Aqui está faltando uma mulher. Vamos beber.
- eu sou um músico frustrado, um escritor frustrado, um sádico frustado, mas eu,realmente, não quero te encher com essas coisas. Detesto quando a conversa descamba.
- A culpa é das mulheres... a linguagem cifrada, ais e uis. E alguns uias também.
Olha a gente já tá velho demais.
Nós não ultrapassamos nada. Aliás eu prefiro deixar as coisas como estão: a incomunicabilidade é a marca. Você não está me enchendo, eu prefiro assim. Eu não quero saber o que você está fazendo, lance de dinheiro, esses papos só rolam aqui em São Paulo. Eu passei um tempo no Maranhão, você sabe, é outro lance, é uma despreocupação. Eu fiquei afastado de clubinho de poetas. Vou te falar uma coisa: lá eu deixei de falar. Não via TV, não ouvia rádio, era só meditação o tempo inteiro e rachando de fuder a Marisa. Mas cansa, e a gente cansou junto.
- Agora eu é que quero beber.
-
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