terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Ninguem diz que eu sou italiano, mas eu sou um pouquinho.


Meu bisavô Francisco Mele nasceu em Monte de San Giacomo, província de Salerno, na Campania, Itália, em sete de dezembro de 1867. Era filho de Gaetano Miele e Teresina Marone. Ele ficou orfão com sete anos.
Veio ao Brasil com minha bisavó,obviamente de navio, no mesmo navio que Francisco Matarazzo, e minha bisavó era um das centenas de viúvas que recebiam uma mesada do Chico Matarazzo. Minha bisavó  ficou conhecida como a Vovó do Brás. 
Os irmãos do meu bisavô, Paschoal e Vicente tinham vindo antes, estavam estabelecidos na rua Santa Rosa, próxima do que hoje é o Mercado Central, já naquela época uma rua de comércio de grãos e comidas deliciosas.
Meu bisavô tornou-se alfaiate, tinha uma porta na rua Quintino Bocaiúva. O Chico Miele teve muitas mulheres, mais de sete, e eu tenho um monte de primos que não conheço. Meu pai fala dum primo dele, o Zezinho, que era filho da dona Margarida, a derradeira mulher do velho Chico.
Os Miele moravam na rua Doutor Clementino, esquina com a Celso Garcia, e tinham um sítio no Tucuruvi. Fotos desse sítio, com todo mundo, ainda existem. Eu tenho algumas.Nelas aparece meu tio Dino, neto do Chico. O Dino era um homem lindo.
O pai do Dino, era o Caetano Miele, um puta homem, um gigante. Meu avô era comunista.
É nome de escola, do grupo lá de Cangaíba. Foi jornalista do Estadão, responsável pelo seção interior por décadas. Foi diretor do primeiro grupo escolar de Itaquaquecetuba e também diretor em Mogi das Cruzes. Foi diretor do grupo escolar Rangel Pestana em Amparo. 
Em Amparo ele conheceu a Dina Bueno, e apaixonou-se pela caboclinha linda. Quando a minha vó Dina morreu ele definhou e morreu menos de um ano depois.
O Caetano Miele não gostava desses negócios de Itália, gostava era de cachaça e foi um grande entusiasta do São Paulo Futebol Clube, quando alguém perguntava por quê? ele respondia: " Somos brasileiros!". 
Eu por minha vez, toda vez que posso assisto o Miss Itália, o Festival de San Remo, e choro ouvindo musica italiana

Ninguem diz que eu sou italiano, mas eu sou um pouquinho

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