quarta-feira, 15 de novembro de 2017
brisa
a brisa da manhã me pegou de um jeito. não escuto um latido de cão. finjo que durmo, e durmo. aqui tem, entre dois prédios, num frame, o sol, que eu adivinho. não estou para as notícias. quanto mais difícil um sorriso, mais eu luto. o preto até que cai bem, mas vou de branco, a cor dos inocentes. relógio sempre atrasado, quando não, está adiantado. melhor não escutar, toca uma música, vem lá de dentro, sinto saudade, que é melhor que castigo. ainda falo em poesia com as crianças, que sabem tudo e vão, no massacre coletivo, ficando na ausência. quem é esse? não sei, veio junto comigo.vem o vento, e já, foi. a flor e a borboleta duram uma eternidade. dizem que é encanto, outros magia, mas ficou nisso mesmo.também acho muito forte, rapaz, todo mundo desistiu, não tinham força nos dentes. fazem cama de qualquer lugar, mas é pra gente não dizer nada. meu dente do ciso me deu um alô, mas nunca pintou. um mundo cheio de gente oferecendo maças, e eu nem aí pra essa brisa.
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