quarta-feira, 24 de junho de 2020

trilha estreita ao confim


Trilha estreita ao confim é um livro de viagem, conta as viagens de Mestre Bashô, o homem do salto da rã.
O livro assim começa : " até que tomei novamente a estrada, possuído pelo desejo de ver a lua cheia nascendo sobre as montanhas do santuário de Kashima. "
"voa a lua
pingos nos galhos
sorvendo a chuva"
Quando eu vi pela primeira vez algo de Haicai tive como que um salto, um pulo pra fora do precipício.
A poesia sempre foi uma finura, mas havia muita métrica, muita rima, um ritmo muito escolar, e ainda havia os poetas... mas aí apareceu o Bashô, um golpe em tudo o que havia antes, não uma rasteira, mas um golpe de samurai
O Bashô, teve o Leminski e o Caetano, dois gênios que me conduziram igualmente pra esse mundo; e a canção do João Donato e do Gil, a Paz.
A cultura japonesa, tanta coisa linda, palavras que só existem lá, que são signos, sentimentos, os quais definitivamente eu quero estar ligado: Kintsukuroi, quanta beleza, que riqueza, quanta sabedoria. Ikebana, a primeira exposição fui com Tia Jandira e Tio Paulino na Associação de Cultura na rua São Joaquim,  fui no dia seguinte de uma das vezes que minha foi internada, tanto desequilíbrio, e aí as flores em suspensão, fios que eu sabia que ali estavam, a segurar.
A tradução é de Alberto Marsicano, um desbravador, sem raiva, um bravo homem.
Frequentemente, de lua em lua, releio o livro, e viajo novamente

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