Todas essas noites, desses
dias lindos, ela tem vindo aqui.
Eu não aguardo, não a espero, mas nessa noite, hoje, eu revejo, e vejo, o
quanto eu me surpreendo, lunático?, com toda essa beleza, porque toda noite ela vem aqui e descreverá o mesmo novo arco, o mesmo novo desenho na tela negra do céu.
Eu suponho de onde ela venha - posso pensar buscar saber de onde
ela vem, o ângulo, os graus, a distância, o nome, se isso é um arco, ou se deixa de sê-lo, mas não venho me importando
com isso.
O que eu sei:
- Ela é de todos e é de ninguém.
E quando eu lembro o arco que ela descreverá, eu sorrio.
Toda noite ela vem fazendo isso.
Daqui a alguns dias ela vai percorrer outro caminho (eu
suponho mais coisas que gostaria) assim eu tenho que aproveitar essa noite, pois nessa noite ela fará esse caminho, que é um arco e não deixa de sê-lo, e cada vez que
olho pela janela e vejo o caminho que ela faz, que não é lento e nem rápido, e vem descendo e me levará,outra vez, para outro lugar, que eu suponho seja lá no alto.
E eu fico olhando em silêncio, pensando muito em nada.
Sob certa perspectiva estar vivo é uma coisa muito boa.
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