deitada no chão malhado do quarto agora de dormir
por entre trapos da cortina esfarrapada
a luz da lua não deixa seu desejo fugir
ela sonha acordada
com alguma coisa feliz
enquanto acaricia seu corpo
pensa no amor dos outros
em gente de fora da favela
nem uma ponta de tristeza
depois
fica
amanhã é outro dia
não é que o sonho atrapalhe
que a luz da lua ilumine
que o chão seja duro
que ela sinta desejo
que o amor seja o dos outros
mas o não
abandonar-se, o não
extrair de si o desejo
é que faz ela viver o paradoxo zumbi
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