Não é a falta de gosto, ou um novo gosto que eu não gosto. É sobre a negação, uma contradição escrita no corpo do produto, que deixa um retrogosto amargo além de tudo e ademais, e enfim é sobre mudança de comportamento induzido por falsidade ideológica, pelo 171 que é a propaganda aliada ás grandes corporações e ao agronegócio, que evidentemente promove o fim de um mundo que era nosso e cuja volta, eu aprendo todo dia na escola com a juventude fascinada por novos produtos e novos gostos ,não tem possibilidade de acontecer.Não há para onde voltar.
Sobre a criação de gosto, criação de frankensteins vendidos em supermercados, sobre o desgosto de não existir vida saudável como no tempo da vovó que eu ouso querer estar a falar.
A caracterização fisíco-quimíca, microbiológica do produto me desinteressa; a apropriação do "light' junto ao produto, é o caminho.A palavra é o caminho, para um raciocínio.
Mais uma vez:
- A luz que alumia, a palavra light, é usada indevidamente pelas equipes produtoras de desejos falsificados, esperanças nunca alcançadas de sabor e redução dos níveis de colesterol ou diabetes para a venda, comércio e adicção, é sobre isso que estou eu pretendendo estar a falar.
O vocábulo light emprestado da língua, ora usada como veicular ,talvez seja usado no sentido de 'livre", mas não carece pesquisa para tal afirmação. O light entra na cabeça com um flash, um raio, um zás- trás, indicativo de corte, um recorte semântico utilizado para indução de consumo.
Desejo difundido oculto nessa escrita é promover um break,um breque,um zás trás, uma luz, um recorte semântico outro,cuja a ideia fundamental está contida no refrão de uma daquelas canções dos anos 80 que eu não sei o nome, nem a banda que toca, que me desentocava e me fazia delirar:
"MONEY OR HONEY".
Estamos perdidos na fragmentação cada vez mais constante do texto que continuamente é escrito, e reescrito por todos, e pela leitura de rótulos que fazem as rótulas moverem-se em rodopios de gozo substituidores de orgasmos reais, aqueles que nos aproximam das constelações sem nome de onde viemos e retornaremos - não como quem volta á um supermercado em busca de produtos redutores e etc., mas como quem chega num seu lugar, onde sem saber que lá já esteve, sente-se confortável como se houvesse amor á primeira vista, ou como desorientado pelo reconhecimento de sabores nunca provados, disesse:
- Eu gosto disso!
Nesse universo fragmentado a busca de sentido faz muitos desistirem, ou tornarem-se adictos, de grandes bobagens como a geléia light e outros fenômenos ou coisas dispostas em imensas prateleiras, vitrines ou plataformas virtuais, e dessa forma abandonar o gozo supremo de lamber os beiços pela geléia da vovó, que não é substituidor de orgasmos reais que nos levarão a constelações de onde viemos e retornaremos, mas todavia, é realmente um prazer lambuzar os beiços com geléias de verdade.
Nada substitui,porém as coisas que desconhecemos, ou inventamos, ou, ou, coisas como o "rosebud', como a 'madeleine", nada substitui a lembrança do gosto da geléia da vovó, que ora, ora, noves fora, jamais provei.
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