em nova iorque saí do hotel, e da avenida, desci duas ruas e numa esquina - corner - encontrei um bar que julguei tipico. era um bar pequeno com grande balcão, média luz, jazz no rádio, dois ou três velhos bebendo. sentei e pedi: one beer. foi o único lugar em nova iorque que não me senti num filme; em todos os outros lugares, em qualquer conversa, todos me passavam a sensação que estavam interpretando, dando algum depoimento ou sendo filmados.
fui deixar ou pegar algum documento da minha mulher na MTV. todos, absolutamente TODOS, comportavam-se como se estivessem num programa da MTV.
Na Escola Municipal de Música fui deixar ou pegar algum documento para o meu irmão. Os jovens estudantes correndo de cá pra lá imaginavam-se igualmente participantes de algum reality show fuleiro. peguei um bostinha pelo pescoço porque ele foi mal educado comigo e não me deu atenção.
merda, a vida não é um filme.
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