sexta-feira, 13 de outubro de 2017
não sei o que é a flor
não sei o que é a flor
seu nome, reino, filo, classe, ordem, família, gênero, e espécie, o porquê dessa necessidade de nomear, o porquê do passeio de Lineu, a promenade grega, o antes de sábado, o algo mais orgânico, a mão do homem, o dedo de deus,a angústia, a ausência de explicação, a constipação internacional, a distopia confirmada, a falta de paz, a intenção oculta por trás de todas as coisas, o nome dos 16 meninos da 13, porquê essas pessoas não me cumprimentam, a letra da canção, como foi que as coisas ficaram assim, o fatalismo, o mar que nunca vi, meu pescoço duro, minha falta de fé, a ausência de razão, o didatismo, o nunca andar juntos, a alegria pelo happy hour, o campeonato de tudo, a irrigação automática, o adubo nitrogênico, o gênio solto da garrafa, o rio que corre para qualquer lugar, as crianças incineradas, o efeito borboleta, as praias desertas, as velhas canções do Chico, meu amor perdido no Paraíso, ai que falta de mim, um violão surrado pendurado na parede, a cigana levantando a saia, o que fazer em Tessalônica, quanto tempo duram fora da geladeira, os angiospermas, o tempo propício, a técnica japonesa, raízes profundas na Campanha duas horas de Nápoles, Vinicius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, cada vez crescer mais, folhas modificadas, tua viagem à Bahia, o uso correto da crase, o cabelo revolto da bailarina, sementes, somentes, mentiras em série, brinco de pérola, o final de tempos modernos inspira, os frutos do vosso reino, as mutações genéticas, a ração dos pobres, o atirador de Vegas, vagas como ondas, onde te encontro, cadê de eu me achar, o outono, tudo caindo em pedaços, meu canto diverso, a fúria das meninas nas periferias, eu junto a ti de joelhos rezando pela graça de nossa senhora aparecida, um dia pós o outro e uma noite no meio, essa nota desafinada, quantas pétalas faltam para: você me ama.
eu sei da flor
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