a narrativa da Dança é a que mais me deixa em um estado de loucura sadia.
a loucura sadia é a própria não corporeidade, algo além da química orgânica: química anímica, alquimia, alma que dança.
Dança: não linearidade; não necessariamente uma história; não lógica cartesiana.
o Corpo.
tudo em movimento está. mesmo calado fala tanto
aqui, na Dança, vejo uma plasticidade, nunca antes vista; mesmo no retangular, ou na arena. Ou no sofrimento corpóreo do backstage, porque o corpo chora, o calo grita.
acho um luxo assistir espetáculos de Dança: livre da palavra, livre da física de newton, livre da história da dança, que desconheço, livre do meu corpo em movimento.
Eu aceito essa ininteligibilidade, esse corte no racional, minha cabeça dança, meus pezinhos balançam, eu quero me jogar, sem fio de ariadne, sozinho, embora ainda reste a noite, e os outros dias.
entrego-me a leitura dessa língua estrangeira, a Dança, sem manual, numa liberdade de espectador, que enfim entra na própria ferida, e saindo dela, dança
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