Sean McSorley
fila de supermercado. pessoas prontas para serem empacotadas.
minha cabeça é um balde de merda. produtos industrializados com a data vencida, prontíssimos para o devorar de bocas banguelas. enquanto eu passeio nas galerias, entre as caixas, você continua a sonhar, e a seduzir. queimar os dedos só para sentir um pouco de vida. o gelo seco é um aperitivo. cortinas que nunca fecham. o homem é nada perto de um par de coxas. os frangos são um intermédio entre os hormônios, os mitos, e meu cólon inflamado. o rádio não toca, está emperrado na próxima liquidação. serpentinas, porque logo teremos funerais. falam-me em hiper, eu lhes devolvo um super; sou apenas um milagre sem tempo para sorrir. e o céu deve estar chumbo, e a grama tem que ser aparada, os fusíveis trocados, os cabelos penteados e etc. e tal.
enquanto isso meu coração vagueia.
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