O documentário "Uma Verdade
Inconveniente", premiado com o Oscar de melhor documentário descreve as
graves consequências do aquecimento global.
A produção
utiliza estudos científicos que afirmam que o aquecimento global gerado pelas
emissões de gases poluentes causará uma mudança climática que acabará com a vida
atual tal como a conhecemos.
Uma verdade inconveniente é um documentário muito
bem estruturado, é uma grande produção de hollywoodiana, com direito a efeitos
especiais, gráficos visualmente atrativos e apelos melodramáticos na busca do
convencimento de suas assertivas.
Pelo envolvimento de Al Gore com a ecologia, mas
principalmente pelo filme, o político que chegou a ser vice-presidente
americano, ganhou muitos prêmios, inclusive um Nobel.
O filme arrecadou muito dinheiro e é o sexto documentário em arrecadação na história dos Estados Unidos.
Todo esse sucesso, a grande repercussão do filme,
gerou muita polêmica e popularizou o debate científico sobre o tema do
aquecimento global, ou como querem alguns, das mudanças climáticas.
Ao analisar o filme, e criticá-lo, diversos autores
apontam erros no filme. São apontados erros de conteúdo, imprecisões
científicas, e conceito, ao colocar um político falando de ciência.
Por
imprecisões cientificas um magistrado americano, exigiu que antes de cada exibição ”sejam apresentados os argumentos contrários
às informações divulgadas pela peça de propaganda, plena de erros – erros que,
segundo o magistrado, não resistiriam a uma análise científica imparcial”. (PONTES, 2007)
Quando um político usa a ciência em seus argumentos
“a climatologia não gira em torno da investigação, dos métodos, dos
experimentos ou testes de hipóteses. Na práxis goreana,
evidências empíricas ou lógicas dão lugar a (in)convenientes verdades e a
estranhos consensos.” (MAUAD,2007)
O tom alarmista do filme encontra eco em no
discurso de outras pessoas, inclusive de James Lovelock autor da Teoria de
Gaia, mas embora a maioria da comunidade científica defenda que exista um
aquecimento global, e que ele seja causado pela queima de combustíveis fósseis,
o tom dos defensores dessa hipótese vem tendo posições mais moderadas, menos
alarmistas ou apocalípticas.
Verdadeiramente a polêmica levantada pelo
filme ultrapassa o tema do aquecimento global, se é a industrialização, o modo
de vida atual, a responsável pelas mudanças climáticas, e nos leva a outras
indagações: qual é o modelo de desenvolvimento que queremos? Como o gênero
humano se vê diante da natureza? Quais são os limites da ciência? O que é
ciência?
Essas indagações, e a controvérsia causada
pelo filme, vêm colaborar na prática da sala de aula, estimulando a leitura e a
não acomodação com verdades, convenientes ou inconvenientes, buscando sempre
revelar que as dúvidas não nos fazem empacar, são elas que nos levam adiante.
REFERÊNCIA
MAUAD, João Paulo. O triunfo do medo. Disponível
em: < http://www.fimdostempos.net/al-gore-oportunista-hipocrita.html. Acesso em 27/08/2012>
PONTES, Ipojuca. Al Gore e o ecoterrorismo. Disponível
em: http://www.fimdostempos.net/al-gore-oportunista-hipocrita.html. Acesso em 27/08/2012>
Nenhum comentário:
Postar um comentário