quarta-feira, 12 de setembro de 2012
contraditório
Se não fosse isso, era quase aquilo e
com um pouco disso e uma pitada daquilo outro,
seria outro tanto.
Era para ser daquele jeito
se não fosse menos, seria próximo, ou quase de outro tamanho.
Mas, entretanto, porém, de alguma forma
de outra maneira, evidentemente, seria outro, de outro jeito, com outro canto.
Outrossim, não custa esperar, data vênia,
que assim me ouças.
Se quiser eu grito, uivo e assobio.
Que mal lhe pergunte:
- Por onde andas?
- Que apito tocas?
- Onde é que te escondes?
Sei lá o quê...
Tudo diverso, de outra forma,com outra cor e diferente cheiro.
Parece que não entende...
Vê se me erra!
Se já me esqueceu, se não me encontra, não se encontra, não sabe contar, não sabe dançar, não canta, nada move...
- Não me abandones
- Não te esqueças
- Não te mexas
-Não me procures
"Vamos, desapareça,
Caia fora, desapareça"
Noves fora, nada.
De volta á nave,
de novo o antigo,
de velho que fiquei novo.
E assim dessa forma, como quem diria, com quem riria, de onde viria:
-a fisgada da virilha, a figada da vizinha, a figa de ouro da Índia, o porquinho da Índia, Gal Costa também cantou Índia, no Paraguai eu tenho uma filha, quem sabe numa ilha, quem sabe eu abaixe as calças, quem sabe a bolsa sobe, até talvez...
até tal dez, e o chocalho faz delem, delem
e eu por aí sem comer biscoito, e o Ludovico Einaudi, e a enciclopédia, o Newton Santos, e o Milton Santos, e a canção que não para de tocar na minha cabeça, e se outra bomba caísse aqui...
Pra que tudo isso?
Por que assim tão sem sentido?
- Que falta você faz.
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