nem flor nem chão
nem namoro nem sexo
nem Aristóteles nem Platão
a prosa procura uma saída poética
nem Jamaica nem neve
nem cavaleiro nem cavalgado
nem pobreza nem patrão
a poesia procura a prosódia
nem enciclopédia nem tostão
nem boneca nem bofe
nem carinho nem carão
o heroi procura uma saída menos indigesta
nem solitude nem solidão
nem mais nem menos
nem janela nem portão
a mocinha procura mas não acha
nem sim nem não
nem Rockfeller nem Onassis
nem diretor nem peão
no limbo
onde todos reunidos passamos os fins de tarde
desprovidos de qualquer possibilidade de escolha
tiritando de tédio
um espinho perturbando tudo
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