I
vagabunda flor cujo nome não sei intensa vida de ti guardei
II
a planta do meu pé o sol esquenta logo chegará o tempo da
colheita
III
nada nos moverá daqui o desalinho perfeito das nuvens comove
IV
pobre de nós o canto do passarinho é um chorar baixinho
V
nas fendas por onde o sol entra as formigas passeiam
VI
obscura estrela embora não te veja sei que estás aí
VII
desatentas as vespas deixaram uma flor sozinha
VIII
deixo as dúvidas e as dívidas pelas dádivas
IX
madrugada aflita cafés cigarros unhas roídas muitas dívidas tenho a pagar comigo
X
esticar as pernas esticar a vista esticar a vida
XI
música que falta o silêncio que cabe o gesto que falHa o movimento que escapa uma ideia que dança cinco palavras entre o bolor e o sol
XII
olhando para dentro tudo é paz enquanto isso olho pela janela a pomba a esconder seu ninho
XIII
o vento faz com que as folhas balancem e uma planta presa ao vaso bate as asas sem parar
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