quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

tipos inesquecíveis # 1 - Arcati Saavedra


Logo no início de nossa conversa Arcati Saavedra, convidou a mim para que fosse ao restaurante dele, e disse que eu poderia levar mais dois convidados.
Esse senhor apareceu no Serguei , isso em algum dia de junho de 2003. Estava acompanhado de uma mulher escura de feições ofídicas, que eu logo chamei de Ferrerinha.
Ofereci um café a esse senhor, que aceitou oferecendo-o em seguida a acompanhante, fazendo com  que dessa forma, eu lhe servisse novamente.
Ele estava, sabe-se lá por qual  motivo no meu ambiente de trabalho. Mesmo sentado, era um homem grande. Forte, mas um velho. Ele tinha longas pernas ossudas, cobertas por uma calça de tergal. Tinha um cabeça ossuda igualmente, com os cabelos besuntados de vaselina. Fumando um cigarro sem filtro, parecia um cavalheiro saindo de algum antigamente.
Perguntei de seus pés leves de dança e de seus gosto pelas morenas de cabelo bom, prazeres compartilhados.
Abrindo o peito ele revelou ter sido do Estado-Maior. Falou que eu teria com ele muito a aprender.
De fato.
Continuei o meu colóquio com minha fatal pergunta: Sobrenome?
Ele apresentou-se como Saavedra.
Eu redargui: O do Don Quixote? 
- Ele é o meu tio, respondeu o velho homem.
Comentou alguns fato da cavalaria, acrescentando às aventuras do Tio, aventuras do pai que teria vindo ao Brasil de forma muito rocambolesca, iniciando a viagem na Espanha e rodando até a França de cavalo, coisa de 200 km.
Fomos interrompidos pelo trabalho, que clamava por mim.
Ferrerinha (agora lembro-me, trabalhava com a gente)  depois de horas  perguntou se eu havia percebido que ele era alcoolatra.
Não percebi. Nem isso, nem muito  mais coisa, assim eu suponho.

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