segunda-feira, 26 de março de 2018

martiniano


estive na martiniano de carvalho; em sonho, como sempre estive

a melhor parte é sorrir

familia


O ano era 1971. 
Meu Pai cantava um rock. Meu irmão e sua irremediável alegria. Minha Mãe e a confiança e a alegria de estar junto conosco. 
Eu mandei essa mensagem para mim através dos anos, dos séculos,e a certeza do que é importante, e que ora repito: PAZ E AMOR!

só acendo mais um cigarro


só acendo mais um cigarro

aqui tem uma rima

inventar o passado


mais que inventar o futuro no brasil vive-se de inventar o passado

ac


toca um piano. sei que é Monk, e não Oscar, ou outro gigante.
Nada me acalma

de novo teu não


é preciso muito calor para desejar o frio
é preciso que você diga não, ao meu sim, para eu tentar de novo
e de novo
até conseguir

domingo, 18 de março de 2018


a noite sem fim chegou sem que eu percebesse, mas na manhã seguinte babilônia me aguardava.

sexta-feira, 9 de março de 2018


estamos na terra gelada

longe, longe de tudo, muito longe
essa pomba imunda com as asas cheias de fuligem
pomba preta, cheia de escamas, asa partida
bicando desesperada os restos de comida estragada
ela olha pra mim e sorri, desgraçada
terra gelada estamos aí

terça-feira, 6 de março de 2018


em busca de qualquer coisa
algo que valesse algo
acabei achando nada

juro que não creio
aquilo que não esperava
o amor não veio

pago niente


Olá, mauricio do nascimento miele
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Parabéns! Seu conto foi selecionado para a antologia BASTA! e aqui segue a cobrança. Agradecemos muito o carinho, tempo e confiança na PVB Editorial. Com você esta antologia ficará ainda melhor.

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Total R$ 30,00
pago niente!


Pré primário, Ângelo Martino, Rua Humaitá, Bela Vista.1971.
Chegou o dia de conhecer os instrumentos musicais, a bandinha. A professora de música me entrega uma flauta transversal. Passa-se cinco minutos ela troca de instrumento e me dá um reco-reco. 
As aparências enganam.

os himens foram costurados
mas a inocência, ah a inocência
para sempre está perdida

há dois anos um cabeleireiro do bairro disse que eu parecia carioca.
há um mês meu novo cabeleireiro perguntou em qual cidade da bahia eu tinha nascido.
gente,eu não presto.

vem e me diz que teve o intestino perfurado, e que a irmã foi presa com duzentos papelotes de cocaína, e que a perna está tomada pelo câncer, e que foi ameaçada com uma faca pelo filho, e que está desempregado e vai voltar pra bahia, e que com o iphone os cinegrafistas vão ficar desempregados, e eu não sinto nada...
aí leio esse poema, Manuel Rivas: Conecin... e choro
deve ser porque tenho que chorar escondido

como a neve na primavera
tudo que toca
evapora

segura o bimbo bruxelas

canvas



não existe a cura
os meninos vão continuar a chorar
20 anos canvas & ar nas artérias
tão longe de vocês, quanto é possível estar
a vida é isso aí: gente sem dizer a que veio
querendo ficar
lembrando de você dentro de mim
e ok, vive e versa,
nós sempre a passeio, a passeio
cabelos ao vento, 
os joelhos rasgados sem piedade
o mar, uma coisinha pequena pra carregar.
na fotografia todo mundo sorrindo
e eu não apareço
ainda tateio o fogo
só pra se ligar nessa parada
de não saber onde se está