quinta-feira, 30 de abril de 2020

conversas no ar ou #watchingpeople


- se ficar bolsonaro e tiririca você fica com quem?
- difícil, hein?!

será arte?


acho que é uma obra de arte, mas como sou cretino, pode ser que não seja

Fernando Euler Bueno


Hoje, 29 de abril de 2020, aniversário de Fernando Euler Bueno, ele faria 105 anos.
Infelizmente ele não chegou ao centenário, faleceu com 99 anos.
Ele é primo do meu avô Tonico Bueno, que é o pai de minha mãe Chelo Loureiro do Nascimento (Bueno). A parteira do Dr. Fernando foi minha bisavó Maricota, mãe do Tonico Bueno.
Meu casamento foi no sítio dele em Itapevi em 2002. Felizmente ainda mantenho amizade com umas 50 pessoas que lá estiveram.
Eu sou Bueno. Descendente de Piquerobi, irmão de Caiuby e Tibiriça, Eu sou descendente da Confederação dos Tamoios, mas isso faz muito tempo.
O Fernando é um exemplo de sobriedade e dignidade; dele serei sempre tributário porque ele tratava minha mãe com a maior sobriedade, dignidade e amor

anistia ampla geral e irrestrita


11/02/1979 Primeira vez que fui a um estádio.
Morumbi. com Edu e Edgar. Caiu uma tempestade.
Corinthians ganhou do Santos de 2 a 1.
Torcida do Santos, dividiu o Morumbi, era meio a meio. Após o segundo gol os santistas colocaram pra correr a torcida corintiana, que veio correndo, fugindo, foi onde nós estávamos, bem na altura do meio campo.
Nos perdemos do Edu e voltamos a pé até em casa na 9 de Julho. Eu já tinha trabalhado de office boy e conhecia a cidade. Agora nem lembro mais como é depois que sai do Bosque do Morumbi... (fui ver no Maps, antes era o Guia, não o 4 Rodas que era pra quem tinha carro, O Guia Mapograf, um grande companheiro... é só chegar até a Cidade Jardim daí a gente sobe a Augusta...)
Um tempo no estádio com vários tipos populares, até de pé de chinelo.
A faixa é pela Anistia Ampla geral e irrestrita, que eu não lembro de ter visto no Estádio, mas que eu cantei na rua; também cantei Greve Geral derruba general; o povo unido jamais será vencido, liberdade para Claudio Campos, etc. Isso na frente do Teatro Municipal em 78/79/80.
Cheguei nesse jogo por causa de um post sobre armadores no futebol.. porra eu vi o Ailton Lira no campo! Vem me falar de Iniesta, Xavi, Mathaus... correr é uma coisa, ser forte outra coisa, jogar bola é com Ailton Lira, Zenon, Dicá, Eneás, Jorge Mendonça. Eu vi o Zico no Pacaembu, praticamente um aleijado, armando o jogo, lançando segurando a bola, virando o jogo.
Eu quero um tempo pra viajar... porra tô trabalhando há quase 20 anos direto, essa quarentena serviu pra eu ter uma experiência de aposentadoria... quero uma anistia ampla

 geral e irrestrita

quarta-feira, 29 de abril de 2020

terça-feira, 28 de abril de 2020

a segunda Terra


nessa segunda Terra,comprovada cientificamente, pessoas iguais a mim e a você estão errando do mesmo modo, sofrendo e chorando e pensando na possibilidade de, em um dos infinitos mundos, pelos menos um eu e um você fazer a coisa certa.

segunda-feira, 27 de abril de 2020

joãozinho e o coronavírus



Joãozinho aparece na escola. Garoto esperto, loquaz, suave; você conhece.
Toca a campainha. Sorriso maroto, cabeça de banda quase piscando, me pergunta:

- Por quê a escola está fechada?
- Porque não tem aula, eu respondo.
- Assim não, responde direito.
- Te conheço, Joãozinho... você deve estar de brincadeira.
- Responde direito, você é professor, por que a gente não pode vir pra escola?
- Por causa do vírus.
- Oi?
- O Corona. Esse é o 19, de 2019. Esse vírus vem de uma família de vírus que já acompanha os humanos faz quase cem anos... acontece que esse, o COVID 19, pode, de cada dez infectados, dois precisarem de um suporte mais específico, de respiradores, de UTI,  e fazendo as contas se 5 % de uma população ficar infectada no mesmo período, vai precisar de cuidados especiais, como respiradores e UTI, e não vai ter pra todo mundo! Aí as  pessoas começam a morrer por falta de atendimento, isso é o que se chama de Colapso! Isso está acontecendo no Equador e aqui no Brasil em Manaus
- A gente não pode te deixar falar se não já começa um discurso!  Mas por que não tem aula?
- Porque o vírus é transmitido pelo contato: aperto de mão, gotículas, e lugares onde o vírus pode ter ficado, em cima da carteira, nos corrimões, nas portas...
- Ahhhhh,  aí onde tem muita gente, como aqui na escola, tem muito contato: a gente fica um muito perto do outro, sai cuspe pra tudo quanto é lado;  por isso tem que ter o isolamento!
- Isso... escuta aqui Joãozinho, não vai ter nenhuma piada?
- Numa hora dessas não é certo ficar de gracinha, né Maurição?!
- Pode crer, Johnny, fica com Deus!
- Tamojunto, sempre!

sábado, 25 de abril de 2020

segunda-feira, 20 de abril de 2020



os dias não tem diferença.
tanto faz se é segunda ou terça
no fundo, mesmo, o imenso mundo

ponto facultativo


explicar para um estrangeiro o que é ponto facultativo revela muito o que é ser brasileiro

a aranha


a aranha tece seu mundo. junta-se pó nelas, e bichos.
as redes e suas variadas formas: em arco, plano cruzado,cúpula arredondada. em laço.
30 mil tipos de aranha.
tudo tem sua explicação seu estudo e ciência.
quem tece a rede é a aranha.
quem mete a vassoura sou eu.
a aranha vai fazer outra rede.
eu não sei se eu, a vassoura, e a vontade de levantar do sofá vão estar aqui.
a aranha vence.

domingo, 19 de abril de 2020

um homem morto


deve ter sido o Ricardo:

- Tem um homem morto na escadaria da Santo Antonio!

Deve ter sido o Ricardo porque ele é que era ligado nesses dramas; não o drama profundo: o que é a morte?, mas esses pequenos grandes dramas cotidianos; acidentes de trânsito, brigas de vizinhos, estouros de mocó, batidas de carros, porres e bebedeiras, mulheres novas na Fausta, linchamentos na feira, enquadros da polícia, e mortes na escadaria da Santo Antônio.
Fomos ver o morto.
Quando chegamos ainda não haviam colocado jornal nele; nem acendido vela. Já havia lido o conto - uma vela para Dario, do Dalton Trevisan, mas ainda não havia visto um  morto. As pessoas que haviam morrido na minha família eu havia sido poupado de ver, nunca havia ido visitar cemitério, ainda não havia velado corpo; os mortos que eu conhecia eram de filmes.
O morto estava lá, morto.
A boca escancarada, os olhos semiabertos, semicerrados, o peito repleto de sangue; uma poça densa se misturando ao lixo da escadaria. Tinha o zigoma pronunciado, e os dentes separados. Vestia uma roupa diferente do jeanscamisetaallstar; vestia uma calça preta e uma camisa florida e sandálias de couro
Era de noite.
Já tinha umas dez, quinze pessoas rodeando o corpo. Gente se benzia, gente conversava, gente ria. Na esquina continuavam a beber e a jogar bilhar.
Olhei de novo para o morto, ele estava definitivamente morto. Tinha cabelos encaracolados, cabelos de anjinho. Parecia o Nandoll, mas eu só fui conhecer o Nandoll muitos anos depois; talvez o Nandoll já esteja morto, ou talvez já estivesse...
O morto estava morto, eu não o conhecia.
A boca aberta, os olhos abertos, a camisa aberta, o peito cheio de sangue.
- A polícia vai demorar pra chegar!
- Nunca vi esse cara!
- Veio pegar um fumo e morreu!
- Pra morrer basta estar vivo!
- Jovem, né?!
- Antes ele do que eu!
- Quem procura, acha!
- Que Deus conforte a família,
- Descanse em Paz.

Mário perguntou pra mim:
- O que você tem? Está em órbita?

Olhava para o morto e ele não olhava pra mim, ele me olhava e não me olhava, tudo acabado.
Ricardo sabia das coisas, dos pequenos dramas; eu desde sempre preocupado com os dramas profundos, não sei de nada.



Finalmente o brasil está em primeiro lugar em alguma coisa:
Maior número de idiotas por metro quadrado

Dória Comunista!


Com 55 anos já escutei muita besteira..a maior de todas é: Dória Comunista!; essa venceu uma outra absurda: Palmeiras foi campeão Mundial.

sexta-feira, 17 de abril de 2020


eu não tenho "dívida" nenhuma sobre isso

joguei a toalha


país capacho, submetido a bota do capital internacional, aos USA.
Neoliberalismo assassino
impossibilidade de convívio, de diálogo. sem esforços conciliatórios.
desequilíbrio regional, desigualdade social.
povo aculturado, cuspindo na história
impossibilidades totais de acordo entre o capital e o trabalho.
elite burra, povo sem consciência de classe.
RACISMO ESTRUTURAL
sem possibilidade de síntese (tese, antítese, síntese)
foi eleito um tarado um louco um mentiroso. vai a TV - parece drogado - falar em desemprego, deveria proibir as empresas de demitir, segurar a bronca, se faz de bonzinho e comanda um projeto de destruição do povo.
povo burro vota num projeto que encaminha a população para a informalidade, fim de direitos trabalhistas.
vende perfume e acha que é empreendedor. abre boteco e salão de beleza e se acha patrão.
povo rasga CPF, nem documento tem.
são 70 milhões de pessoas na informalidade e esse idiota fala em voltar a normalidade
só 5% da população ganha mais de mil dólares por mês
um lugar riquíssimo sendo dilapidado há 520 anos, as matas sendo defloradas, o cerrado acabou. inclusive acabarão como Brás e com Ipanema
a audiência vota num projeto que vende a cia de energia e dá o total de dinheiro para os bandidos da Câmara votarem em projetos para acabar com os direitos trabalhistas
rumo ao caos completo

quinta-feira, 16 de abril de 2020

Luis, craque que não vingou


Jogava bola com um pessoal do Mercadão, reuníamos ali na Senador Queiroz.. quem me levava ? Adilson Quaresma, talvez o maior boleiro,
Dessa turma do mercado, um deles era o Luis, muito gente boa, Zagueiro Leal, Firme, Correto. Conseguiu participar de um coletivo Na Inter de Limeira. Naquela tarde Kita não conseguiu nada. Seo Pepe elogiou. OS outros jogadores perguntaram: mas você jogou onde? 

Ele já tinha 23 anos. 
Não conseguiu entrar na panela. Triste.

uma manta no corpo
e um mantra na cabeça:
- vá tudo pra merda!

quarta-feira, 15 de abril de 2020

partículas suspensas de tudo


de repente fomos surpreendidos nesse fim de tarde, todos foram compartilhar as imagens do crepúsculo a partir de suas janelas.
a inclinação dos raios solares atravessando uma camada maior da atmosfera , onde se encontram partículas suspensas de tudo, inclusive amor e sonho, fizeram essa maravilha. 
olhar pro céu é outra atividade a que eu e tantos outros nos dedicamos.
um céu cada dia mais distante, cada dia menos instante

por do sol


é a poluição, a faixa de onda laranja, Deus.
estou cansado de explicações.
eu entendo a beleza

terça-feira, 14 de abril de 2020

dê-me mais do mesmo



dê-me mais do mesmo
o mesmo por do sol e a mesma lua
o mesmo sorriso e a mesma canção
esse cheiro guardado da nuca
aquele arrepio no dorso do braço
um encontro ao acaso no metrô
toda aquela discussão "quem foi que começou isso ?"
dê-me mais do mesmo
e mude minha vida totalmente

quinta-feira, 9 de abril de 2020

#doisvelhosamigos



- as perguntas que eu não sei, eu não posso responder
- como?
- se eu não sei o que perguntar, eu não sei como responder essa pergunta.
- ah entendi. se você não sabe o que perguntar, não sabe como responder.
- isso, eu preciso saber o que perguntar, para poder responder.
- mas não é o outro que deve responder? você quer perguntar algo pra mim?
- eu não sei o que perguntar!
- desse jeito eu fico sem saber o que responder!
- como chama isso? solipsismo?
- pergunte pra você mesmo.
- parece-me que isso é a premissa básica do solipsismo! não é?
- mas isso tudo é um narcisismo?
- acho que é uma outra categoria.
- você está falando sobre o confinamento?
- não quero mudar de assunto.
- mas o confinamento é o único assunto.
- espera um pouco que eu vou olhar meu umbigo

ele age assim porque eu aceito que ele aja assim; se eu não aceitasse ele não agiria assim.
eu aceito aceitar ele agir assim porque se ele agisse de forma a contrariar o jeito dele agir eu não poderia aceita-lo do jeito que ele é
se ele deixar de agir do jeito que agia, somente para contrariar eu aceitar o jeito que ele agia, ele age de maneira contrária ao seu jeito, somente para contrariar eu aceitá-lo

quarta-feira, 8 de abril de 2020

moeda antiga achada na praia



guardo essa moeda antiga
um pedaço de cobre
uma saudade
onde brilha a prata
de um amor que nunca tive

antes as nuvens estavam aqui


as nuvens já estavam
antes aqui
antes das mãos enluvadas
do abraço que eu não posso te dar
antes dos corpos que ficam longe
antes dos bichos que comem as carnes das árvores
e dos grilos (agora eu sei que os grilos gritam)
dos voos dos pássaros
das faces estupefatas dos cobradores de ônibus
da lavagem das calçadas
das folhas que farfalham
dos silêncios cada vez maiores das noites
das ondas de cabos televisivos brilhando no infinito
dos verbos transitivos
daquilo que eu não posso falar
da minha falência, do eterno falhar
antes do meu nome e do teu nome
dos corpos achatados
da fúria do sexo
do oblongo
da corrida solitária a noite
do suicídio coletivo
do nariz escorrendo
dos banheiros lotados
do barulhos das pipocas a estourar no terceiro andar
antes das sombras que dela provêm
antes dos suores dos amores não realizados
antes e diante dos altares
antes dos altos e baixos
antes de todos os sonhos que ainda estão por sonhar
antes
antes das formas que são mimetizadas através dessa imagem
antes desse adeus
antes as nuvens estavam aqui
e eu não as podia olhar

o amor sem capa, escapa



adoro essa violência do amor
o amor que escapa
triunfalmente
de qualquer violação

terça-feira, 7 de abril de 2020



eu levito bolsominions

Jean MItchell



vem uma coisa ao acaso, um anjo me soprou no ouvido, e eu resgato esse cara e o som maravilhoso que ele fez

Game da opinião impopular!


Cite coisas que muita gente gosta e você odeia.
coentro, corinthians, cocaína, cerveja, caraio, centro espirita, outro palavrão, civilização ocidental, centro da cidade, conversa de colegiais. só pra ficar na letra C
.

as coisas não podem voltar ao normal


que as coisas não voltem ao normal é mais que um sonho, que um desejo, é de uma urgência tão profunda, próxima da perda de sentido, voragem, vontade de suicídio ou assassinato

ele não manda nada

tua vida secreta jamais deixará de ser

quanto a mim, não sei de mim.




tudo aqui é aproximado
embora tanta distância
tudo aqui é sofrimento
embora tanta esperança
tudo aqui não está aqui
está ali na frente
porvir