quinta-feira, 21 de abril de 2011

Virada Cultural 2011



E eis que caminho misturado a multidão em direção ao primeiro show da virada, palco Julio Prestes, de longe percebo o que parece ser uma feira livre ou um bazar turco, mas não é isso... estou muito, muito próximo da zumbilândia, a nossa gothan, rua Vitória esquina com a Rio branco, seres que foram humanos algum dia, vasculhando o chão em busca de alguma pedra.




Rita Lee no palco da Julio Prestes é uma velha chata fazendo cover de alguns mêlos dos 80. Ok " um belo dia eu resolvi mudar" é um hino, mas qualquer hora deveríamos mudar também. O melhor foi Bad, who's bad? Eu sou o Mau, porra! 

Encontro Wilma, ex vizinha do Casagrande, povo da Penha. Ela é coordenadora de projetos, trabalhei como peão no perfil de jovens, no perfil dos negros, no perfil de sei mais quem... perfis que direcionam políticas públicas e o desvio de políticas, ninguém é de ferro, e não há mais cu que aguente.



Luizinho também esteve no datafolha, e estivemos juntos no Edgar Winter, não há ninguém no BR que faça um som assim, acho que é rock, eu quase quis dizer, mas o companheiro disse:

- Faz tempo que eu não assisto um show de rock!

Eu abracei esse cara, sim, fazia tempo que eu não assistia um show de rock. Virtuosismo a parte, ele assobia e a guitarra repete, e depois o baixo, e depois a batera, e desligaram o som do microfone porque: "time is money" e ele não queria sair do palco: oh, não...

Ele devia ter tocado Frankenstein antes. Ele tocou, nós ouvimos, ok, mas devia tocar mais e menos laralala, ou menos blablablá.

E quando a gente chegou no palco da Barão de Limeira tocava forró, e definitivamente esse não é nosso lugar.

- Ave Maria , disse a Lu.

E caímos no Arouche e Elymar Santos desafinava uma canção de igreja, e definitivamente esse não é nosso lugar.

E perto de onde os boys vendem pau na esquina do Arouche com a Republica, comemos misto quente e tomamos  guaraná. Não, na virada cultural ninguém vendia pau...

existe esse cara mesmo! Fred Wesley! 



Essa música, o que é isso?

- Isso é funk!

Eu gostei disso a minha  vida inteira, desde os doze anos, modestamente eu danço isso, isso é definitivamente meu lugar.

Marco http://sinistersaladmusikal.wordpress.com/ ex colega da FIAM  em 89, e do datafolha -  minha casa, minha mulher, meu trampo, meus amigos, afilhado, e carreiras e correrias e 80 cidades, estava na primeira fila e eu na segunda. O Blog do cara é do caralho, escreve beeeeeein demais, coloquial. Castiga Marco!

E havia uma turma, mulheres interessantes, jovens, lindas, dinamites. Sendo que o Arvore, que morou na Bela Vista e começou tudo, apresentava a banda, e dançou e fez vários 360...

e na Libero tinha um som Brian Augers, jazz rock, mas eu queria era dar um role, um role na cavernosa Republica onde andar a meia noite em seus becos é para quem tem um cu de ferro, ou é arrombado, só na virada mesmo dar um tempo e olhar o lago e ver as pessoas passarem, como existem jovens nesse mundo!

e eis que estou na barão de Itapetininga e ouço: tricolor! TRICOLOR! meu aluno me abraça é o De Lucca, nome do meu padrinho que não tive, e ah sim, ficamos na esquina trocando ideia, eu não fumo, não bebo, não preciso De Lucca, não preciso...

Agora Big Mac, agora encontramos a Claudia, sim vc vai encontrar o Cabral e amanhã tem Paulinho da Viola.

E eis que na Xavier de Toledo, ali na Ladeira da Memória eu enxergo o Anhangabaú do alto do mirante  o povo se rasgando na house, no eletrônico e passam 100 jovens num bonde cantando : 
- Jesus Te ama.

Sim alguém me ama e eu sei o nome,e vou dormir com ela.

As 14h do domingo Frejat na Julio Prestes.


Power set list, de uma carreira de 25 anos. Cazuza, o povo gosta muito: "eu to perdido, sem pai nem mãe"... "por você eu largo tudo carreira, canudo". Pra  mim o melhor show, sol na lata, canções pra amar , e em português, "me ame com amor ou não".

Mas vamos almoçar no La Farina, com seus bifes honestos suas massas mais molengas e seus garçons de 80 anos. 70 paus não matam ninguém.

vivi muito o bixiga nos anos 80, Carnaval na Bahia, Festival de Águas Claras, Casa do Luis, praias e montanhas e inferninhos, mas NUNCA VI LOUCURA IGUAL AO PALCO SÃO JOÃO, reggae, mad professor e a galera do http://youandmeonajamboree.blogspot.com/ tocando e meu Deus:  como existe jovem no mundo, e todo mundo louco! Nunca vi tanta gente junto fumando maconha.

e eis que eu não posso ficar lá e na Aurora tá rolando um maracatu nervoso, e encontro a figura de Jéferson Geronimo, o nosso amiguinho Chulapa, que levávamos ao Pacaembu.  Entravamos aos 15 do 2º tempo na faixa, os jogos do santos eram os melhores. O Chulapa tinha 7 anos, agora tem mais de trinta, o tempo passa... cade o beque,ele pergunta, cade as mulheres? 
-Tá Tudo aí é só pegar... passa a mão no cabelo e já vai beijando a boca....
 o Chulapa estrelou um filme da Tata amaral, que fez Céu de Estrelas, ele me chamava de Cabelo, Tchau Chulapa.

e eu não posso ficar aqui a esperar, é o Erasmo no Arouche.


e sim ele é um cara simpático  e tem todos os sons da jovem guarda, gatinha manhosa, é proibido fumar, e ele não entrou numas de pagar de roqueiro, pega na mentira, esse cara é um barato, todo durão, um ginasiano da tijuca, que cantou muito o amor.

e eis que estávamos dançando um samba na rua, um samba do Paulinho, qualquer um, são todos doces e lindos, sua majestade Paulinho da  Viola,


estávamos dançando um samba na rua, abraçados e dançando, e definitivamente é a melhor hora de acabar.

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