sábado, 24 de dezembro de 2016

como



como esse céu azul
como os chinelos virados esperando
como os carros em disparada
como as meias balançando ao vento
como a moça na janela desesperada e solitária
como as orelhas encardidas
como as maratonas de seriados
como as ratazanas desproporcionalmente gordas
como as promessas de fim de ano
como as canções esquecidas
como as árvores que esperam virar folhas de papel
como os aviões que não cansam de voar
como as mensagens que não desistem de chegar
como as novas modas 
como a falta de atenção
como o telefone que não atende
como a falta do que falar
como a sombra
como aquilo que não sei
como tudo aquilo sobre você
como o que não quer chamar
como o domingo
como a feição que não há
como a nova febre
como aquilo que não viu
como tudo
e a fome não me cansa de chamar

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