sábado, 15 de novembro de 2014

a noite estrelada



aqui estou vendo o anoitecer
embora não haja silêncio
- há gritos e estertores
e gozos e folguedos,
ameaças de bombas
e censuras e dedos em riste,
o óbvio de uns e alteridades,
e  a velocidade  a estragar a paisagem
tantas verdades
chegam a gritar pelo retorno do arreio 
e nudezes envergonhadas
e no mais das vezes
anedotas sobre a infelicidade alheia
e toda a culpa é sempre do distante
eu permaneço quieto
- somente a noite estrelada -
e eu estou em silêncio
porque é isso que eu tenho a dizer agora
é o que eu sinto
sinto muito

Nenhum comentário:

Postar um comentário