segunda-feira, 31 de agosto de 2015

achei a esperança que alguém perdeu.


achei a esperança que alguém perdeu. 
não posso deixar a esperança no achados e perdidos, ela vai acabar esquecida lá: são mais de mil algos esquecidos por mês e mais de 50 mil aguardam que alguém vá lá buscá-los.
o bom de achar a esperança é que eu não terei posse exclusiva dela. nesse momento, agora-agora eu a reparto e assim multiplico num assobio, o dente de leão solitário, o sol das seis da manhã, a última goma de delicado, a peteca, a pipa que voa no céu azul palavra cruzada; e porque a primeira palavra que a criança me disse hoje foi: - eu te amo, porque o ônibus aguardou minha corrida desajeitada e depois chamaram me senhor olhando-me nos olhos com compreensão, e a menina disse que tinha um monte de filmes que ela queria ver, e vi o cãozinho latir e latir querendo proteger o vagabundo seu dono, e me deram metade de um sanduíche, porque a calopsita repetiu meu assobio e porque a vida está cheia de pequenas maravilhas, e a gente tem é que dar atenção a elas, e porque o amanhã virá.

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