quarta-feira, 6 de julho de 2016

#encontrocomfamosos josé maria de aquino


estava na fila do supermercado no brooklin.
era uma distração na hora do almoço. odiava meu trabalho, as pessoas davam um valor estúpido  e superior ao que ele era na verdade - uma ilha da fantasia - distante do chão da fábrica, inventando ações que evidentemente jamais aconteceriam, e umas queriam comer as vísceras das outras, uma sala em guerra com a outra sala, uma mesa em guerra com a outra mesa, o dia se arrastando;
enfim a hora do almoço, ficar sozinho, andar á toa por uma hora, respirar.
na fila do supermercado encontro o josé maria de aquino, um gentleman, preciso nas informações, muito longe da figura estereotipada, palhaça, torcedora, dos outros jornalistas esportivos. 
a revista placar tem uma importância nunca devidamente declarada, esclarecida na minha vida. mitologia, fabulário, bíblica.
meu pai me dava o dinheiro toda semana para comprá-la.
josé maria de aquino escrevia na revista, eram os perfis, os dramas, a vida do futebol; de uma profundidade!
- senhor josé maria de aquino!
- pois não?!
- sou seu fã desde o tempo da tv tupi, e depois na revista placar... aprendi tanto lendo o senhor!
- tome aqui meu cartão, se precisar de algo...
o diabo é que não sei, não há como, não tem jeito de retribuir tudo o que aprendi quando criança lendo o que ele escreveu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário