domingo, 13 de novembro de 2016

minha versão dos fatos:
eu não vejo a hora de sairmos juntos de mãos dadas a rever estrelas; eu disse eu não vejo a hora de escutarmos de novo as fontes abençoadas de águas e cascatas; eu disse eu não vejo a hora de sentirmos o cheiro de lavanda nas alamedas cansadas; eu disse eu não vejo a hora de um novo beijo ser melhor que o antigo na mesma boca muitas vezes beijada; eu disse eu não vejo a hora de mãos dadas pelas prais desertas inventadas somente naquele exato momento para nós dois; e os meus cinco sentidos nada são, arremedo para intuição de que tudo está ajeitado num futuro incerto para todos, exceto para nosostros; clarividência do fracasso espetacular da experiência coletiva versus nossa felicidade particular; premonição do tempo ruim que promoverá crises sem solução, saída ou diálogo enquanto nós dois protegidos na cama bagunçada encontramos amparo em nossos olhos; percepção sutil, entendermos de fato o que é telepatia, mesmo nos desentendo e desencontrando e discutindo, e ao redor tudo densamente desaba e liquidifica. sobre tudo isso versões melhorada da voz humana.
http://postcardsfrombodyland.blogspot.com.br/2016/09/respect.html

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