quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Encontro com famosos # 12 Tony Tornado


Estava eu no Saldão do Mappin, quando havia saldos, quando havia Mappin, quando eu flanava, quando eu afanava, quando havia galos ,noites e quintais.

Uma cesta enorme cheia de meias, do outro lado da cesta, Tony Tornado.

Ele segura uma meia, estica e diz, pra uma loira linda que o acompanhava:

 - Não vai entrar...

Tony Tornado cantando BR 3 num festival na TV  1968? e dançando, e gritando: DEUS, vamos dizer, uma epifania na minha vida, um acontecimento estético, uma revelação. Minha mãe ao meu lado gritando também:

-  DEUS!

E eu gritava também: 

- Deus

Lances normais na minha goma.

Assim, pra mim, o lance que eu mais curto na vida é dançar, o jeito do negro dançar, eu sou absolutamente apaixonado por isso.

Tem o caso agora do racismo, numa escola disseram pra uma menina linda alisar o cabelo.

Isso é o Brasil:   dizer que a negra tem que alisar o cabelo, pra ter boa aparência.

O Tony Tornado mandou alisar o rabo do branco. Eu mando também.

Eu passo creme no cabelo, se não eu fico que nem o John Travolta, o cabelo igual do Elvis, um puta topete.

O lance é o seguinte:

- Estou  no Jardim da Infância, o Ângelo Martinho na rua Humaitá, uma bocada realmente. A brincadeira é Corre Cotia. Eu tenho essa cara de bobo, uso óculos desde os dois anos, tenho esse cara de sério, ninguém brincava comigo.

"Corre Cotia, na casa da tia, corre cipó na casa da vó, lencinho na mão caiu no chão, pode correr , pode!"

Finalmente alguém deixou o lenço pra mim. Foi ela: uma negra goooooorda com o cabelo crespo lá no céu.

Ela sempre sorria pra mim.

Eu peguei o lenço e alcancei ela. Aí eu escolhi o maior capeta que existia, de nome Boneco. Ele corre, mas ele não me pega.

Eu dou uma volta completa no mundo e levanto o lenço em triunfo e todo mundo grita e fica meu amigo e todos vivemos felizes para sempre.

E ah, não existe Racismo no Brasil.

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