quinta-feira, 22 de março de 2012

brevidade da vida

sobre essa cavalgadura mística
sobre a imprecisão dessa imagem holística
sobre a lenha dura dessa linha fina
sobre a validade da renda mínima
sobre a música eletrônica despossuida da matéria vida
sobre o céu azul a gente caminha
sobre essa sintaxe apropriada como se fosse minha

reina absoluta uma flor disposta em moldura feita de ruína

UMA  MINHA TEORIA DA ROSA

sua fragilidade e beleza mesmo depois de morta
a delicadeza do seu momento em vida
a oposição de sua maciez á rugosidade do solo
os passos daqueles que dela desvia
o vento que a trouxe
o alimento da abelhinha
a fina flor da boêmia
a vagabunda flor que eu não guardei o nome
ao Rosa no meio do redemuinho
a rosa que minha mãe cantou
a rosa que eu sonhei que fosse minha
a rosa que nasceu no asfalto 
a rosa e a rosa
a rosa fossilizada prova de sua existência quaternária
o mercado das flores
o passeio em Holambra
a rosa negra a rosa mística a flor de lis a rosacruz
as cores todas da rosa
o cultivo da rosa nos trópicos
a greve da rosa
a rosa que está em todo lugar basta procurar
a rosa do pixinguinha, vinicius e do baobá
a rosa que é
a rosa que está
a rosa do deserto
as flores de maio
as quaresmeiras
a  falsa murta
a singeleza das margaridas
as flores do campo que não conhecem a dor
toda a lembrança que a flor me traz
sobre tudo reina a flor caída no chão
e o esforço delicado de fitá-la e entender que mesmo morta ela é viva
que existe a possibilidade do encontro com o belo na mais suja avenida
e que sempre há uma flor no meio do caminho















Nenhum comentário:

Postar um comentário