sexta-feira, 24 de agosto de 2012

a lua então descreve um arco sobre minha cabeça






Todas essas noites, desses dias lindos, ela tem vindo aqui.

Eu não aguardo, não a espero, mas nessa noite, hoje, eu revejo, e vejo,  o quanto eu me surpreendo, lunático?, com toda essa beleza, porque toda noite ela vem aqui e descreverá o mesmo novo  arco, o mesmo novo desenho na tela negra do céu.

Eu suponho de onde ela venha - posso pensar buscar saber de onde ela vem, o ângulo, os graus, a distância, o nome, se isso é um arco, ou se deixa de sê-lo, mas não venho me importando com isso.

O que eu sei:

- Ela é de todos e é de ninguém.

E quando eu lembro o arco que ela descreverá, eu sorrio.

Toda noite ela vem fazendo isso.

Daqui a alguns dias ela vai percorrer outro caminho (eu suponho mais coisas que gostaria) assim eu tenho que aproveitar essa noite, pois nessa noite ela fará esse caminho, que é um arco e não deixa de sê-lo, e cada vez que olho pela janela e vejo o caminho que ela faz, que não é lento e nem rápido, e vem descendo e me levará,outra vez, para outro lugar, que eu suponho seja lá no alto.

E eu fico olhando em silêncio, pensando muito em nada.

Sob certa perspectiva estar vivo é uma coisa muito boa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário