segunda-feira, 7 de novembro de 2011

a cidade se come-se

a cidade se come-se

pelas bordas
o bem e o mal
passeiam de mãos atadas
em progressivo progresso

a cidade se come-se

e devo fechar o nariz
aí vem mais uma vez ela
um coração que nada me diz
shape desinformado
passo descompassado

a cidade se come-se
o destino transborda
um desfecho milagroso
para poucos
quase nada é uma ameaça

sou passageiro, uma traça


a cidade se come-se

meu coração aflito
nosso corpo moído
cada passo em falso
derruba a tentativa
de um mundo melhor

a cidade se come-se

eu quase entendo a rede
tecendo trilhos
escuto o coro grego
movendo moinhos

a cidade se come-se
e o mundo me abraça

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